Lula em filme é bom demais para ser verdade, diz 'Economist'
Uma reportagem publicada nesta quinta-feira na revista britânica The Economist afirma que o Lula apresentado no filme Lula, o Filho do Brasil "é bom demais para ser verdade".
O artigo diz que o filme conta a história de um garoto pobre que subiu na vida, "cujas virtudes foram capturadas em close-up, mas cujos defeitos ficaram na mesa de edição".
"(Lula) é bom demais para ser verdade: estudante perfeito, marido perfeito e um político moderado que repudia a violência”, diz o artigo. "É uma pena. Uma versão com mais nuances não diminuiria a formidável trajetória e as conquistas de Lula".
O artigo leva o título "Lula, Higienizado", porque, para o autor, o filme amenizou ou apresenta versões completamente diferentes do que teria sido narrado na biografia em que o filme foi baseado.
"É uma versão adocicada", diz o texto. Como exemplo, o artigo cita um incidente narrado no livro e que teria sido "aprovado por Lula", o episódio em que o diretor de uma fábrica em greve é atirado de uma janela.
No filme, Lula se distancia da fábrica "chocado", o que seria "vergonhoso", diz o texto.
A revista também cita as acusações de que o filme seria uma arma política para ajudar na campanha de Dilma Rousseff, candidata apoiada por Lula para as eleições presidenciais deste ano.
O texto diz que o filme vem atraindo mais público no nordeste do que no sudeste, "refletindo o desempenho de Dilma Rousseff (candidata às eleições presidenciais apoiada por Lula) nas pesquisa de opinião".
"Beneficiar-se de um pouco do carisma de Lula é a maior esperança para Dilma chegar à presidência em outubro e há sinais de que isso já esteja acontecendo", afirma o artigo.
Para a revista , o filme é um exemplo de uma nova tendência no mercado do entretenimento. "Houve um tempo em que era considerado indecente transformar pessoas ainda vivas em mitos, ou mesmo em filmes ", abre o artigo.
Atualizado em 22/01/010-06:57Hs(Brasilia)08:57GMT
www.bbc.co.UK
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