Identidade e respeito
15/01/10
Travestis preparam material educativo sobre identidade e respeito
Iniciativa do Ministério da Saúde reúne grupo para criar peças com mensagens sobre promoção dos direitos à saúde e à educaçãoDezesseis travestis das cinco regiões do Brasil se reúnem em Brasília, entre os dias 16 e 18 de janeiro, para criar peças publicitárias sobre promoção da identidade e do respeito aos direitos dessa população. Os materiais elaborados por elas, durante uma oficina de criatividade, serão produzidos e distribuídos pelo Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, responsável pela iniciativa. O lançamento está previsto para o fim deste mês, por ocasião do Dia da Visibilidade Travesti (29 de janeiro).
Vítimas de violência e da dificuldade de acesso a serviços públicos, como saúde e educação, as travestis tornam-se mais vulneráveis à infecção pelo HIV. “Longe das escolas, muitas delas ficam excluídas do mercado de trabalho e acabam tendo como opção de trabalho a prostituição”, explica o diretor-adjunto do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, Eduardo Barbosa. Não acolhidas de forma adequada nos serviços de saúde, elas também têm mais dificuldades para recorrer aos instrumentos necessários à prevenção às DST e outros problemas de saúde.
Nesse contexto, uma ação que promova a visibilidade e promoção de respeito atua para diminuir as situações que as deixam mais expostas ao vírus da aids. Os públicos da iniciativa são profissionais de saúde e educação e as próprias travestis, como forma de incentivar a solidariedade entre elas.
Durante a oficina de criatividade, a ser mediada pelo diretor de arte Flávio Waiteman e pelos arteeducadores Ana Cristina Vangrelino, Ana Clara Marques, Almir Pinheiro, Suzy Santos, Nacho Duran e Denise Agassi, elas produzirão ringtones para celulares, cartões postais, cartazes, vídeos, que serão utilizados como virais na internet.
Vítimas de violência
De acordo com o Relatório anual do Grupo Gay da Bahia de 2008 – o mais recente já publicado –, 190 homossexuais foram assassinados no Brasil naquele ano, um a cada dois dias. Há um aumento de 55% em relação ao ano anterior. 64% eram gays, 32% travestis, 4% lésbicas.
Pernambuco voltou a ser o estado mais violento, 27 assassinatos e o Nordeste a região mais perigosa: um gay nordestino corre 84% mais risco de ser assassinado do que no Sudeste/Sul. 13% das vítimas tinham menos de 21 anos e 33% mais de 41. Predominam as travestis profissionais do sexo, professores, cabeleireiros, ambulantes. Gays são predominantemente assassinados dentro de casa a facadas ou estrangulados, enquanto travestis são executados na rua a tiros, cada vez mais atacados por motoqueiros. Quanto aos assassinos, 80% são desconhecidos, predominando garotos de programa, vigilantes noturnos, 65% menores de 21 anos.
Serviço
Oficina de criatividade para elaboração de campanha publicitária sobre direitos das travestis
Data: de 16 a 18 de janeiro
Horário: das 10h às 18h
Local: Instituto de Artes da Universidade de Brasília, campus da UnB na Asa Norte, em frente ao Banco do Brasil
Mais informações
Atendimento à imprensa
Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais
Tel: (61) 3306 7051/ 7033/ 7010/ 7016/ 9221-2546
Site: www.aids.gov.br
E-mail: imprensa@aids.gov.br
Atendimento ao cidadão
0800 61 1997 e (61) 3315 2425
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