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| 11/JANEIRO/10 |
Médicos alertam para falta de droga anti-HIV
Ministério da Saúde não repõe antirretroviral Abacavir desde dezembro
A falta de um antirretroviral nas farmácias do Estado preocupa pacientes soropositivos e coloca médicos em alerta.
Desde dezembro, o Ministério da Saúde não envia novos lotes do Abacavir, que compõe o arsenal terapêutico contra o vírus da AIDS. Para driblar a escassez do medicamento nas prateleiras, médicos estão sendo obrigados a substituir a droga por outras, o que compromete o estoque de outros antirretrovirais.
Há um temor generalizado nos hospitais gaúchos de que a falta no envio do Abacavir também possa ocorrer com outras medicações anti-HIV. Segundo o chefe do Serviço de Infectologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Luciano Goldani, há uma carência de informações sobre os motivos do problema de fornecimento.
Alguns medicamentos, como o Tenofovir, vêm sendo fracionados, o que causa apreensão de que eles também sumam das farmácias públicas do Estado.
A secretária-geral do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), a pediatra Ana Maria Martins Moreira, afirma que presenciou pacientes tendo de voltar para casa sem a medicação indicada. A intermitência no abastecimento pode comprometer a saúde.
- É uma medicação que deve ser tomada todos os dias sem interrupção. Uma falha de um ou dois dias pode tornar o vírus resistente - diz Goldani.
Ivo Leuck, diretor técnico do Grupo Hospitalar Conceição (GHC), referência no tratamento da doença no Estado, afirma que apesar de haver como substituir o Abacavir por outras medicações, a troca não é feita sem prejuízo para o sistema.
Atualmente, 1,3 mil pessoas recebem antirretrovirais na farmácia do GHC:
- Os antirretrovirais chegam ao hospital com uma provisão determinada. Quando falta uma das medicações, ocorre um desequilíbrio generalizado. Ou seja, não apenas os pacientes que tomam o Abacavir sofrem, mas todos podem vir a sentir o impacto - detalha Leuck.
O Grupo Somos, que atua no combate à epidemia, entrou com uma representação nos ministérios públicos Federal e Estadual cobrando uma solução para o problema.
Preocupados com o agravamento da situação, médicos, o Somos e o Simers decidiram se unir e convocaram uma entrevista para hoje, na qual vão expor a situação.
Em um seminário realizado em dezembro, na Capital, a diretora do Programa Nacional de DST/AIDS e Hepatites Virais, Mariângela Simão, disse que o ministério teve problemas na aquisição da medicação. Segundo Mariângela, a situação só seria normalizada em fevereiro.
silvia.lisboa@ zerohora. com.br
SÍLVIA LISBOA
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