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FOLHA DE S. PAULO - SP | SAÚDE
AIDS
13/04/2010
Anvisa lança selo contra a falsificação de medicamentos
Maiores alvos de fraudes são os anabolizantes, os remédios contra o câncer e contra a disfunção erétil
ANGELA PINHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Ainda neste ano, as raspadinhas com o logotipo do fabricante presentes nas embalagens de medicamentos deverão ser substituídas por um selo que atestaria a autenticidade do produto. A determinação é da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
De acordo com o presidente da agência, Dirceu Raposo de Mello, todas as farmácias e drogarias teriam um equipamento para checar se o selo é verdadeiro ou não. A agência já encomendou os primeiros estudos sobre o produto à Casa da Moeda, mas não descarta o uso de outras tecnologias.
Uma das possibilidades é a identificação por radiofrequência, por meio de uma espécie de chip, na embalagem, que armazena dados. Trata-se da mesma tecnologia utilizada na etiqueta de algumas roupas, que apitam se o cliente sai da loja sem pagar.
A decisão final sairá nas próximas semanas.
Fora da lei
No ano passado, foram apreendidas 333 toneladas de medicamentos irregulares. Nenhum deles havia passado pelos controles de qualidade da indústria ou da Anvisa.
De acordo com Adilson Bezerra, chefe de segurança institucional da agência, cerca de 95% do que foi apreendido se refere a produtos sem registro no Brasil. Eles eram vendidos como promessas para a cura de diversas doenças, do câncer à AIDS. A maioria foi encontrada sendo comercializada em farmácias e drogarias.
Entre os falsificados, os mais encontrados são anabolizantes, medicamentos para disfunção erétil e para o tratamento de câncer.
Para combater o problema, uma lei no ano passado determinou que todo medicamento deve ter um mecanismo que permita ao poder público rastrear a sua origem.
Consumidor atento
Com o mesmo objetivo, a Anvisa lançou ontem uma campanha com o objetivo de orientar o consumidor a identificar um medicamento falsificado.
Deve-se prestar atenção para ver se a embalagem tem lacre, número do lote, data de validade, registro no Ministério da Saúde, número do serviço de atendimento ao consumidor e a raspadinha -que será substituída ainda neste ano.
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