GAPA 25 anos: Fórum de ONG/Aids de SP diz que área de aids vive ‘momento crítico’ em solenidade
27/04/2010
Uma noite marcada por premiações e homenagens aos ativistas, gestores e personalidades que ajudaram a fundação do Grupo de Apoio à Prevenção à Aids de São Paulo (GAPA) e também contribuíram no combate à epidemia no País. Assim foi o lançamento do livro “100 nomes que fizeram a história da luta contra a Aids no Brasil” na noite desta segunda, 26. Na mesa de abertura da solenidade, o Fórum de ONG/Aids do Estado de São Paulo disse que o momento atual é “crítico” na área de aids. A fala foi do presidente da organização, Rodrigo Pinheiro, que organiza o movimento ‘Tolerância Zero’ contra a falta de medicamentos. O diretor adjunto do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, Eduardo Barbosa, não concordou. “Não diria que vivemos isso, não estamos regredindo.”
A atual presidente e uma das fundadoras do GAPA, Áurea Abbade, destacou na abertura da cerimônia que a ideia do livro lançado pela organização é registrar uma memória correta dos pioneiros na luta contra o HIV. “É um agradecimento aos que nos ajudaram e àqueles que continuaram engajados pela causa. Se não fosse por essas pessoas, talvez não valesse a pena”, afirmou.
Em seguida, em fala de abertura Rodrigo Pinheiro afirmou que os ativistas vivem ‘momento crítico’. O Fórum de ONG/Aids do Estado de São Paulo organizou para o próximo dia 28 o ato público denominado "Tolerância Zero". O objetivo é protestar contra a falta de medicamentos como o abacavir e também os problemas de logística com a lamivudina, que deixaram alguns pacientes no Rio e São Paulo sem o antirretroviral. Pelo menos oito Estados confirmaram adesão ao movimento.
O diretor adjunto do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, Eduardo Barbosa, disse que cada luta é importante, mas discordou da declaração. “Não diria que vivemos isso, não estamos regredindo e nem queremos”, destacou.
O coordenador do Programa Conjunto das Nações Unidas para o HIV/Aids (Unaids) no Brasil, Pedro Chequer, disse que o Gapa foi e continua sendo “companheiro de agenda”. “A organização lutou, capacitou e treinou a área jurídica em defesa dos Direitos Humanos. Em 97, ajuizaram a primeira ação contra a falta de medicamentos na justiça. Pode parecer um paradoxo dizer isso, mas foi motivo de alegria receber essa notícia na época, não constrangimento porque contribuiu bastante na área de advocacy político”, lembra Chequer que também já foi diretor do programa brasileiro de combate à aids.
Ele disse ainda que falta mais fortalecimento do movimento de aids no interior do País. “Seria interessante se houvesse mais Gapas em pequenas cidades do interior.”
Chequer ainda comentou que a aids teve uma outra faceta e trouxe dados positivos. “Ajudou a revisitar o que é Direitos Humanos, implementar o SUS (Sistema Único de Saúde) e fez ainda que houvesse avanços na ciência.”
A coordenadora do Programa Estadual de DST/Aids de São Paulo, Maria Clara Gianna, afirmou que “é um prazer estar entre os 100 nomes” do livro do GAPA. “Mas, além dos destaques, devemos lembrar que para isso acontecer houve o envolvimento de mais pessoas. É uma relação de longo respeito. E nós vamos continuar superando sempre os momentos críticos.”
O coordenador adjunto do Programa Municipal de DST/Aids de São Paulo destacou na mesa de abertura que o aniversário do GAPA ‘é um momento sublime”.
A obra lançada pelo Gapa, com o perfil de cada uma das 100 pessoas, foi organizada Abbade e Fátima Baião. A edição do projeto foi de Paulo Giacomini. O livro teve financiamento do Programa Estadual de DST/Aids da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo.
Cortesia: Clipping Bem Fam(27/04/010)
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