Baixa adesão à vacina faz governo estudar prorrogação da campanha
14 de abril de 2010
O Estado de S.Paulo
Assustado com a baixa adesão ao programa de vacinação, o governo estuda prorrogar a campanha contra gripe suína. Números reunidos até segunda-feira mostram que 20,4 milhões de pessoas foram vacinadas contra a doença, o que representa apenas 34,8% do público-alvo. Um desempenho abaixo do esperado, mesmo após o dia D, esforço feito no sábado para tentar ampliar o comparecimento aos postos.
O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, afirmou ontem que está preocupado com a baixa adesão de gestantes, doentes crônicos e jovens entre 20 e 29 anos. Foram vacinadas até agora 48,7% das grávidas, 44,2% dos doentes crônicos e 20,2% dos adultos jovens. "É preciso que as pessoas compareçam. A vacina é eficaz, é segura", afirmou mais uma vez o ministro.
Entre profissionais de saúde, a meta de vacinação foi atingida. O grupo de crianças de 6 a 23 meses também apresenta um bom indicador, 75,3%, bem próximo da meta de 80%.
Diante do baixo comparecimento aos postos, o ministro enviou na semana passada um apelo às entidades médicas, para que elas reforcem com os associados a necessidade de esclarecer sobre a importância da vacina. A ideia é tentar evitar ao máximo a prorrogação da campanha. Mas, caso os indicadores estejam bem abaixo do planejado, o recurso poderá ser adotado.
O Ministério da Saúde adquiriu 113 milhões de doses para vacinar 91 milhões de pessoas contra gripe. A meta é imunizar pelo menos 80% do público-alvo. A campanha vai até o dia 23 para gestantes, doentes crônicos, crianças de 6 a 23 meses e para adultos de 20 a 29 anos. Depois será a vez dos idosos e, por fim, da população entre 30 e 39 anos.
Pelo calendário inicial, o último dia da campanha será 21 de maio. Por causa do feriado de Páscoa, o cronograma já foi prorrogado uma vez, para grupos de gestantes, crianças e portadores de doenças crônicas.
Até 3 de abril, foram registrados 361 casos de pessoas com doença respiratória grave em todo o País em decorrência da gripe suína. No período, foram contabilizadas 50 mortes, metade delas no Pará.
Apesar do alto índice de casos da doença e das altas taxas de mortalidade, apenas 33,1% da população-alvo do Estado foi vacinada. Até agora, as melhores coberturas são no Paraná, Maranhão, Goiás, Distrito Federal, Minas e Santa Catarina.
Paraná. Temporão afirmou que vai recorrer da decisão dada pela Justiça do Paraná, que determina o fornecimento da vacina contra gripe suína para toda a população do Estado. "Se seguirmos a orientação, será preciso retirar vacina de outros locais", disse o ministro.
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