Eleições 2010: A simbologia Tiririca (artigo)
21/09/2010
Não é a primeira, muitos menos será a última ocasião que candidatos “diferenciados” participam do maior ato democrático que é a votação dos representantes do País. Lembramos de tantos outros personagens engraçados e debochados que para alguns eram seres desfigurados, mas para outros foram os escolhidos no processo eleitoral.
Existe o antigo ditado que “o povo tem o governo que merece”, razão pela qual somos influenciados para a omissão quanto às questões políticas. Quando deveríamos interferir na conduta desses figurantes, escolhemos as críticas isoladas do que agirmos coletivamente contra todas essas mazelas desfavorecendo a sociedade.
Não nos impressiona quando Tiririca propaga o desconhecimento da política, ele apenas representa uma maioria que vota sem refletir e julgar o candidato merecedor da confiança. Embora o comediante brinque com a seriedade, ele não esconde a verdade, o pior são os políticos que se acobertam inclinados na demagogia.
Comumente não gostamos das condutas dos políticos, mas somos de alguns modos responsáveis por esse quadro desolador, entretanto, toda a oportunidade de mudar esse cenário, ignoramos a situação e nos conformamos com o que os políticos realmente querem: a ausência do nosso comprometimento e a cobrança pelos planos e projetos prometidos antes da sua eleição.
O candidato Tiririca é o nosso fantoche, a simbologia da nossa ignorância política, o retrato desfocado da complexa democracia, a imagem deteriorada de uma sociedade carente de educação, saúde, moradia, transporte, respeito, valorização e segurança. Lamentavelmente o candidato é a nossa imagem diante da falta de escolha por pessoas dignas e honestas.
Tiririca, não nos julgue o maquiavelismo, acima de tudo, sua imagem nos fere o íntimo, entroniza em nossa alma a incompetência, a impiedosa decadência política, postula a incompatibilidade e tem como conseqüência imediata o exemplo de Poncio Pilatos, que no lavar de nossas mãos nos despojamos da culpa e a responsabilidade, mas que nas nossas omissas atitudes, sob certos aspectos, influenciam o andar da carruagem.
Colaboração de Gilberto Barros Lima, Bacharel em Relações Internacionais (IBES-SC), Pós-graduado em Gestão de Negócios Internacionais (ICPG-SC) e Metodologia da Pesquisa e do Ensino Superior (IBES-SC), Captador de Recursos (Fundraiser) do Centro de Recuperação Nova Esperança (CERENE)
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