Metas do milênio da ONU avançam, mas lentamente
O Estado de S. Paulo - 21/09/2010
A ONU avalia que houve avanço nas metas estabelecidas há dez anos, apesar de a eliminação da fome e da miséria estar distante de ser cumprida até 2015. O temor é o de que a crise internacional afete os resultados finais das metas do milênio.
A Organização das Nações Unidas (ONU) avalia que houve avanço nas metas do milênio, estabelecidas há dez anos, apesar de a eliminação da fome e da miséria estar distante de ser cumprida até 2015. Segundo a entidade, para não haver um fracasso é importante que os doadores não abandonem a luta internacional contra a redução da pobreza.
Em reunião iniciada ontem e que dura até amanhã em Nova York, antecedendo a Assembleia-Geral da ONU, o secretário-geral Ban Ki-moon pediu a cerca de 140 chefes de Estado para que mantenham o investimento necessário e a vontade política para eliminar a pobreza.
O temor do secretário-geral é o de que a crise econômica internacional afete os resultados finais das metas do milênio. Países ricos ficaram para trás nas suas promessas e tem havido obstáculos para atrair doadores para programas de combate à pobreza extrema.
"Não há nenhum projeto mais importante (que as metas do milênio). Por esse motivo, precisamos enviar uma mensagem forte de esperança. Vamos manter a nossa promessa", disse Ban no encontro para avaliar os resultados da primeira década das metas do milênio.
As Nações Unidas reconheceram que, mesmo se o objetivo principal de reduzir a pobreza extrema pela metade nos próximos cinco anos for atingido, ainda assim cerca de 1 bilhão de pessoas continuarão vivendo com uma renda de menos de US 1,25 (R$ 2,15) por dia.
De acordo com o secretário-geral, os melhores resultados nas oito metas do milênio podem ser observados no acentuado crescimento de crianças frequentando escolas e no controle de doenças como a aids. Ainda assim, há 69 milhões de crianças fora da escola no mundo. O problema se concentra nos 60 países mais pobres.
As metas do milênio também preveem a igualdade entre os sexos, o investimento em saúde infantil e das mães, na sustentação ambiental e na parceria global.
Propostas. No encontro da ONU desta semana, os chefes de Estado ou seus representantes começaram a apresentar os resultados de seus países. O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, não comparecerá e será representado pela ministra do Desenvolvimento Social, Márcia Lopes.
Alguns presidentes apresentaram propostas. O francês Nicolas Sarkozy defendeu o estabelecimento de um imposto para transações bancárias internacionais, afirmando que as nações desenvolvidas têm uma obrigação moral com as mais pobres, em especial as da África, que sofrem com doenças que poderiam ser prevenidas, como a malária.
Ele também prometeu um aumento de 20% na contribuição anual de US$ 10 bilhões para as pessoas mais pobres do mundo e pediu que outros líderes assumissem um compromisso semelhante. "Não temos o direito de fazer menos do que decidimos fazer. Não voltemos a adotar maus hábitos", afirmou Sarkozy.
Cortesia:Clipping Bem Fam
Nenhum comentário:
Postar um comentário