Testes com 25 marcas do tipo preto apresentam treze com grãos defeituosos, impurezas e até insetos embalados
POR TAMARA MENEZES
Rio - Amanhã é dia de feijoada, hoje é dia de conferir a qualidade do feijão que você leva para casa. Análises do órgão de defesa do consumidor Pro-Teste em 25 marcas mostraram que tem fabricante vendendo gato por lebre. Treze das empresas pesquisadas apresentaram problemas, como presença de grãos imperfeitos e até insetos vivos dentro das embalagens.
“Os defeitos encontrados em feijão apontado como tipo 1 mostram falta de controle de qualidade e descaso das empresas, que estão vendendo produto com qualidade inferior mais caro”, explica Maria Inês Dolci, advogada da Pro-Teste. Ela destaca que os insetos e grãos defeituosos não chegam a ser perigosos para o consumidor graças ao preparo do alimento.
Três marcas informaram uma indicação extinta há dois anos pelo Ministério da Agricultura. O órgão define como tipo 1 o produto de melhor qualidade, com grãos perfeitos e quase sem impurezas. Já o tipo 2 pode conter poucos grãos mofados, ardidos (fermentados), carunchados (com ovos ou perfurações de lagartas) ou quebrados ou sem casca.
Consumidor deve conferir a uniformidade dos grãos. Quanto mais ‘coloridos’, maior a chance de ter defeitos | Foto: Divulgação
A dica da entidade é conferir a uniformidade dos grãos ainda na loja. Quanto mais “coloridos”, maior a chance de ter defeitos. Quem comprou o produto e viu grãos suspeitos pode levar à loja para tentar trocá-lo. Também deve reclamar com o fabricante. Se não for ouvido, é possível recorrer a órgãos de defesa do consumidor, como o Procon.
As marcas ‘Fritz e Frida’, vendida apenas na Região Sul do País, e ‘Great Value’, distribuída pelos supermercados Wal-mart, tiveram a melhor relação entre qualidade e preço. ‘Kicaldo’, ‘Qualitá’, ‘Camil’ e ‘Caldo Bom’ também apresentaram bom desempenho. Já as marcas ‘Blue Ville’, ‘Nacional’ e ‘Combrasil’, foram as piores.
Apesar dos preços do feijão preto acumularem alta de 2,55% no mês, o valor médio caiu no Rio em relação a abril de 2009. A informação é do economista André Braz, da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Fabricantes tentam se justificar
O Walmart, dono das marcas ‘Nacional’ e ‘Mercadorama’, informou que que seus produtos são processados de acordo com os padrões do Ministério da Agricultura. A empresa mandou fazer análises que comprovem a qualidade e a segurança do produto.
O Econ divulgou que, para possíveis melhorias, vai reavaliar seu processo de fabricação.
Fonte: O Dia On line 23/04/010 as 16:52
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