09/04/2010 - 19h20
Técnicos e coordenadores do Programa Estadual de DST/Aids de São Paulo (PM) ouviram críticas e questionamentos de ativistas na tarde desta sexta (9) durante a reunião do Fórum de ONG/Aids do Estado. A discussão foi em torno da escassez do antirretroviral lamivudina. “Não podemos mais tolerar isso, todo mês há algum problema envolvendo medicamentos”, reclamou Rodrigo Pinheiro, presidente do Fórum. A coordenadora do PM, Maria Clara Gianna, informou que houve problemas de logística e recebimento menor que o normal do produto neste ano.
Uma mudança na codificação em barras dos produtos distribuídos pela Fundação para o Remédio Popular (FURP) também teria contribuído para o problema, segundo Maria Clara. “Houve uma série de fatores como este e também o recebimento dos remédios pelo Ministério da Saúde para um mês. O ideal seria para três”, explicou.
“Isso nos deixa em uma situação muito complicada. Por um lado sabemos que há esforços por parte do Programa, mas não podemos pensar em ficar sem remédios. Será que não é utópico querer trabalhar com esse prazo de três meses?”, questionou o militante Hugo Hagstrom, do Grupo de Incentivo à Vida (GIV). A resposta de Maria Clara Gianna foi “não”.
Segundo o PM, a situação deve ser normalizada até o fim da próxima semana. O coordenador-adjunto, Artur Kalichman, disse que o problema não é tão grave como foi em 2005, quando houve falta de mais medicamentos. “Não podemos generalizar a situação, não há falta em todo o Estado e da forma como colocam as questões parece há uma calamidade”, criticou.
Informações desencontradas sobre a falta de medicamentos marcaram a reunião do Fórum de ONG/Aids. O ativista Beto Volpe no Grupo Hipupiara informou que havia falta do efavirenz na cidade de São Vicente. No entanto, técnicos do PM informaram que a cidade ainda tinha o fármaco em estoque.
Já em Campinas, a falta do mesmo medicamento foi resolvida de acordo com o PM.
O ativista Alberto Carlos de Souza, da Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV/Aids de Araraquara também reclamou da falta do abacavir, afirmando que foi pego de surpresa. “Deveríamos ser informados antes sobre isso”, disse. A crítica foi rebatida pelo PM informando que já houve avisos em reuniões anteriores do Fórum.
PAM
Depois das discussões, o Fórum ainda apresentou um levantamento sobre o Plano de Ações e Metas (PAM) no Estado de São Paulo. Pelo menos cerca de 20 municípios estão com verbas paradas há mais de 12 meses.
O Fórum informou ainda que a Secretaria Estadual de Saúde está com cerca de R$ 11 milhões parados. Mas, a coordenadora Maria Clara Gianna explicou como os recursos serão usados em breve, incluindo edital de seleção de eventos.
Rodrigo Vasconcellos |
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