Debatedor defende criação de programa para controle da sepse
O presidente da Associação Médica Brasileira, José Luiz Gomes do Amaral, defendeu nesta terça-feira a criação de um programa nacional para o controle da sepse (também conhecida como septicemia ou infecção generalizada). Ele participou de audiência pública realizada pela Comissão de Seguridade Social e Família para discutir formas de reduzir a mortalidade provocada por essa doença.
Amaral afirmou que o plano deveria incluir um controle mais rígido das escolas de Medicina. Segundo ele, há uma “proliferação" de faculdades de qualidade questionável - mais da metade não possui hospital universitário próprio, diz o médico.
Ele sugeriu ainda o aumento do tempo de duração da residência médica. No Brasil, o curso dura em média dois anos; enquanto, em outros países, varia de quatro a cinco anos, segundo Amaral.
A presidente do Instituto Latino Americano de Sepse, Flávia Ribeiro Machado, informou que uma das causas da mortalidade é o atraso no diagnóstico. Para reduzir o risco de morte, o tratamento deve ser iniciado nas primeiras seis horas após o início do mau funcionamento de algum órgão.
Números divergentes
As estatísticas sobre mortalidade por sepse no Brasil são divergentes. De acordo com o Instituto Latino-Americano de Sepse, são 200 mil mortes por ano. Já a representante do Ministério da Saúde na audiência, Maria Inez Pordeus Gadela, afirma que são 70 mil mortes por ano. Ela avalia que o problema é agravado pelo fato de os pacientes já chegarem ao hospital com a infecção.
Segundo dados do instituto, 65,3% das mortes causadas por septicemia ocorrem nos hospitais públicos e 44,1%, nos hospitais particulares. Para o deputado Alceni Guerra (DEM-PR), os números mostram que o País não tem recursos humanos adequados nem investe o suficiente para enfrentar o problema.
Site da Câmara.
Edição – Daniella Cronemberger
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