| Enquete aponta que mães e jovens são favoráveis à realização do teste de HIV nas escolas desde que os alunos decidam se querem ou não passar pela testagem |
03/02/2010 - 14h As escolas devem oferecer o exame de HIV, desde que os alunos possam escolher se passam ou não pela testagem. A opinião é de mães e jovens ouvidos pela Agência de Notícias da Aids com base na polêmica causada pela oferta do teste rápido em colégios públicos de São Luís, no Maranhão (leia aqui). A maioria dos entrevistados também afirmou que jovens a partir dos 15 anos devem ter autononia para tomar a decisão, sem a necessidade de autorização dos pais. Confira a seguir a enquete feita pela Agência Aids. Os quatro entrevistados foram escolhidos aleatoriamente nas ruas de São Paulo. Everaldo Rodrigues da Silva, estudante de 16 anos “Acho legal as escolas oferecerem o teste para HIV. Eu não sei, por exemplo, onde posso fazer o exame. No meu colégio a gente não discute prevenção, mas converso sobre sexualidade com meus pais. Como tenho esse diálogo, eu falaria com eles antes de me testar.” Ronaldo da Silva Júnior, estudante de 18 anos “A escola é um bom local para a oferta do teste. Fica mais fácil, torna-se parte do nosso dia-a-dia. Além disso, a partir dos 15 anos de idade já temos condições de decidir se fazemos ou não o exame. Se for para procurar um lugar específico fazer a testagem, a gente acaba não indo. Eu nunca conversei sobe sexualidade com meus pais. O que eu sei, aprendi pela televisão, pela internet e com amigos.” Neide Paulina de Alcântara, analista contábil, 47 anos, mãe “Aos 15 anos de idade muitos adolescentes já têm relação sexual. Como muitos deles também não conversam com os pais sobre o assunto, acredito que os jovens não precisam de autorização dos responsáveis para fazer o teste de HIV. Meu filho tem 12 anos e desde os 5 comecei a conversar com ele sobre sexo. Inclusive já mostrei pela internet como são algumas DST (doenças sexualmente transmissíveis)." Telma Melato, aposentada, 52 anos, mãe ‘É interessante a realização do teste nas escolas, já que os adolescentes iniciam a vida sexual cada vez mais cedo. Foi quando meu filho tinha por volta de 15 anos que a gente começou a conversar sobre sexo e sexualidade. Mesmo assim, aos 24, ele nunca se testou.” O que diz o Ministério da Saúde De acordo com o material Implicações éticas do diagnóstico e da triagem sorológica para o HIV, lançado pelo Ministério da Saúde em 2004, o adolescente (aquele que possui entre 12 e 18 anos, segundo legislação), “pode decidir sozinho pela realização do exame, desde que o profissional de saúde avalie que ele é capaz de entender o seu ato e conduzir-se por seus próprios meios (art. 103 do Código de Ética Médica)”. Ainda assim, consta no documento, o adolescente deverá ser estimulado a compartilhar sua situação com os responsáveis ou adultos em que confie e que possam dar suporte a ele. A assessoria de imprensa do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais afirmou que a testagem nas escolas do Maranhão foram discutidas com o conselho local do Projeto Saúde e Prevenção nas Escolas (SPE). O projeto é uma parceria entre os Ministérios da Saúde e da Educação com o objetivo de realizar ações eficientes de prevenção no âmbito escolar.
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