Fumo passivo atinge 94,6% da população mundial, diz OMS
Um novo relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS), divulgado nesta quarta-feira, afirma que 94,6% da população mundial ainda não está protegida por leis contra os males causados pelo fumo passivo.
No segundo grande relatório organizado pela instituição a respeito do que chama de “epidemia do fumo”, a OMS diz que 5,4% da população do mundo estava protegida por leis antifumo abrangentes em 2008, um aumento de 3,1% em relação a 2007.
Este número significa que 154 milhões de pessoas não estão mais expostas aos danos causados pelo tabagismo em locais de trabalho, restaurantes, bares e outros ambientes públicos fechados.
"Apesar de significar um progresso, o fato de que mais de 94% das pessoas ainda não estão protegidas por leis antifumo abrangentes mostra que é preciso trabalhar mais", disse Ala Alwan, diretor-assistente para Doenças Não Transmissíveis e Saúde Mental da OMS.
O documento diz que sete países (Colômbia, Djibuti, Guatemala, Maurício, Panamá, Turquia e Zâmbia) implementaram leis antifumo em 2008, elevando naquele ano o total de países com estas leis para 17.
Mortes
O relatório, divulgado em Istambul, na Turquia, se concentra na Convenção para Controle do Fumo, principalmente o artigo 8, que cuida da proteção contra a fumaça de cigarro. A convenção foi elaborada em 2005 e ratificada por 170 países.
O texto descreve os esforços de alguns países para implementar medidas determinadas por esta convenção.
Segundo o documento, o fumo passivo "causa cerca de 600 mil mortes prematuras por ano, incontáveis doenças e perdas econômicas da ordem de dezenas de bilhões de dólares ao ano".
"Não há um nível seguro de exposição ao fumo passivo. Então, é necessária uma ação dos governos para proteger as pessoas", afirmou Alwan.
Brasil
O relatório da OMS cita o Brasil como exemplo de país onde autoridades municipais ou estaduais estão implantando políticas contra o fumo passivo.
"Das cem maiores cidades do mundo, 22 têm leis antifumo - e mais três (Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador) se transformaram em cidades livres do fumo desde que os dados para este relatório foram coletados", afirma o documento.
O relatório também destaca a "alta prioridade e compromisso com o combate à epidemia" no Brasil.
"Em 2005, todos os Estados e mais de dois terços dos municípios tinham treinado funcionários para implementar atividades de controle do fumo, e um terço dos municípios, incluindo todas as grandes cidades do Brasil, adotaram programas específicos de controle do fumo", diz o documento da OMS.
De acordo com o relatório da OMS, o fumo continua em primeiro lugar entre as causas de morte que podem ser evitadas, com um total de cinco milhões de óbitos por ano.
A organização estima que, a não ser que sejam tomadas providências urgentes, esse número poderá chegar a 8 milhões por ano até 2030 – e a maior parte das mortes ocorreria nos países mais pobres.
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