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| 11/FEVEREIRO/ 2010 |
GIV 20 anos: Para o presidente da ONG, Cláudio Pereira, a reinserção dos doentes de Aids no mercado de trabalho é um dos desafios atuais
10/02/2010 - 13h25
A reinserção dos doentes de Aids no mercado de trabalho é um dos desafios atuais no enfrentamento da Aids. A opinião é do presidente do GIV (Grupo de Incentivo à Vida), Cláudio Pereira, que também avaliou, em entrevista concedida à Agência de Notícias da Aids, o movimento social em torno do vírus e da doença e a as ações governamentais de combate à epidemia. Nesta segunda-feira, o GIV completou duas décadas de ativismo. Leia mais a seguir.
Quando o GIV surgiu, há 20 anos, qual era o maior desafio no enfrentamento da Aids?
Era a sobrevivência das pessoas doentes. Não havia medicamentos, o que existiam eram tratamentos paliativos. A gente cuidava da manifestação das doenças oportunistas.
E atualmente, qual o maior desafio?
Um deles é ter quadro de profissionais nos hospitais e nos Centros de Referência que tratam das pessoas vivendo com HIV/Aids. Em alguns SAEs (Serviços de Atendimento Especializados) e no próprio CRT (Centro de Referência e Treinamento DST/Aids de São Paulo) faltam especialistas. Atualmente o CRT não tem pneumologista.
Outro desafio é a reinserção e a qualificação profissional das pessoas com o vírus e a doença no mercado de trabalho. Muitas são afastadas por anos do trabalho e ficam desqualifiadas. Aí entram as questões sobre trabalho e previdência. Apesar de serem muito próximas, são coisas bem diferentes.
Quais são os principais projetos da ONG ao longo desses 20 anos?
Todos os projetos em que o GIV se empenhou merecem destaque. A gente não pode esquecer que o trabalho realizado com mulheres que vivem com HIV/Aids foi pioneiro; o trabalho desenvolvido com crianças; a discussão de muitos anos sobre vacinas anti-HIV; assim como a própria questão do ativismo e do protagonismo das pessoas que vivem com HIV/Aids, para que elas consigam mudanças dentro do quadro que a epidemia se apresenta.
Como você avalia o movimento social de HIV/Aids?
Mudou muito nesses 20 anos. Existem muitas lideranças, mas, por outro lado, a gente sente que não está ocorrendo uma reciclagem desses ativistas, como seria necessário ao movimento para ele se manter forte e ágil.
Por que essa reciclagem não está ocorrendo?
Por diversos fatores. Talvez as pessoas não tenham interesse em se engajar pelo fato de hoje em dia a gente ter a possibilidade de acesso a antirretrovirais e a outros tratamentos.
De forma geral, o que acha das ações do programa brasileiro de Aids?
Os programas, quer sejam federal, estadual ou municipal, têm avanços e propostas interessantes. Não entro nessa questão de dizer que o Brasil tem o melhor programa de Aids do mundo. Tem suas qualidades, como a distribuição gratuita de antirretrovirais, que foi talvez um dos maiores marcos no país. Agora, existem falhas. Principalmente no que diz respeito à prevenção e às populações específicas.
Qual sua avaliação sobre a campanha de prevenção do Ministério da Saúde para este Carnaval?
Pelo pouco que eu consegui acompanhar, por conta de outras demandas, vi um avanço, tem qualidade. Agora, como sempre tem acontecido, os materiais acabam chegando para a gente em cima da hora. Isso precisa mudar.
Sobre o GIV
A ONG surgiu em 1990 como grupo de ajuda mútua para portadores do HIV/Aids. Atualmente, o grupo realiza projetos com diferentes públicos e temas, como crianças e adolescentes; mulheres HIV+; gays; cuidadores; luta pelos direitos e cidadania.
Fábio Serrato e Rodrigo Vasconcellos
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