Carnaval: ritual da infertilidade (Artigo)
CORREIO DO POVO – RS
10/FEVEREIRO/2010
NILO FRANTZ
Mais um Carnaval se aproxima e os ânimos se voltam para a festa brasileira, que mobiliza milhões de pessoas todos os anos no país. A origem do Carnaval é controversa. Alguns historiadores associam o começo da festa em meados dos anos 600 a 520 a.C. Através dela, os gregos realizavam seus cultos em agradecimento aos deuses pela fertilidade do solo e pela produção. Outros dizem que seu início teria acontecido mais tarde, no Egito, em homenagem à deusa Ísis e ao touro Ápis, com danças, festas e pessoas mascaradas.
O fato é que, muitos séculos depois, o maior desafio está em conter o avanço das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs), que podem causar problemas como hepatite, alguns tipos de câncer e infertilidade. Para as mulheres, a situação é mais alarmante: 80% a 90% das mulheres infectadas não conseguem perceber algum sinal ou sintoma. É uma doença silenciosa, que se instala após uma relação sexual sem proteção. O uso do PRESERVATIVO é essencial para evitar o contágio.
Este ano, o alvo da campanha do Ministério da Saúde são as meninas adolescentes de 13 a 19 anos. Nos últimos anos, segundo o Ministério da Saúde, cresceu o número de garotas que estão iniciando a vida sexual mais cedo. Atualmente, a cada oito meninos infectados, existem dez casos de meninas. Antes, a proporção era de dez mulheres para cada grupo de 15 homens.
As informações sobre as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) circulam nos lares brasileiros, mas é preciso que os pais se aproximem e orientem os seus filhos sobre as formas de contágio e suas consequências. Na medida em que conquistam a confiança dos adolescentes, os pais tornam-se cúmplices desse processo de mudança.
A conscientização começa num bate-papo aberto e sem medo de dizer que a CAMISINHA é a forma mais segura de se proteger de doenças como a AIDS e de uma gravidez indesejada. Essa conversa poderá impedir que mais 630 mil pessoas sejam infectadas no Brasil, conforme estimativa.
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