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O balanço mais recente é de 38 mortos e pelo menos 64 feridos, nos ataques mais sangrentos cometidos na capital russa desde 2004, segundo o ministério das Situações de Emergência.
"Segundo as primeiras informações, as duas explosões foram cometidas por mulheres-bomba", afirma um comunicado dos Serviço de Inteligência russos (FSB, antiga KGB).
A notícia sobre as mulheres-bomba já havia sido antecipada pelo prefeito de Moscou, Iuri Lujkov.
Os atentados foram provavelmente executados por "grupos terroristas" vinculados aos insurgentes do Cáucaso, afirmou o diretor do FSB, Alexander Bortnikov.
"Segundo a versão preliminar, os atentados foram cometidos por grupos terroristas vinculados à região do Cáucaso Norte. Privilegiamos esta versão", declarou Bortnikov.
Os serviços de inteligência russos acreditam que as duas mulheres-bomba que detonaram explosivos nas estações do metrô moscovita eram naturais desta região, uma parte da Rússia majoritariamente muçulmana, cenário de uma violenta insurgência nos últimos anos.
O presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, afirmou que o país continuará combatendo o terrorismo sem hesitar e ordenou um reforço da segurança nos transportes de toda a nação.
"A política de repressão do terror e de luta contra o terrorismo continuará. Prosseguiremos com as operações contra os terroristas sem hesitação e até o fim", afirmou Medvedev durante uma reunião de emergência convocada após os atentados.
"Tenho certeza de que as agências de segurança farão todo o possível para encontrar e punir os criminosos", afirmou o primeiro-ministro do país, Vladimir Putin, durante uma visita à cidade siberiana de Krasnoyarsk.
"Os terroristas serão aniquilados", completou.
O primeiro atentado aconteceu às 7H57 (0H57 de Brasília) em um vagão parado na estação Lubianka.
A Praça Lubianka abriga a sede do FSB, sucessor da KGB soviética, que neste edifício interrogava e eliminava os dissidentes e pessoas caídas em desgraça durante as punições da então União Soviética.
O segundo atentado foi executado na estação Park Kultury às 8h40 (1H40 de Brasília).
"Em Park Kultury, segundo dados preliminares, foi uma mulher-bomba. Segundo os fragmentos do corpo, que estão sendo examinados, o explosivo estava na altura da cintura. A situação é a a mesma em Lubianka", disse o porta-voz do comitê de investigação do Ministério Público de Moscou, Vladimir Markin.
A polícia também procura duas mulheres que acompanharam as suicidas até o metrô, segundo fontes dos serviços de segurança.
Os atentados aconteceram em duas estações da mesma linha. As outras linhas do metrô de Moscou, que diariamente transporta 8,5 milhões de pessoas, permaneciam funcionando normalmente.
Na Praça Lubianka, os sobreviventes ligavam para os familiares para relatar o acontecido.
Moscou registrou nos últimos 10 anos uma série de explosões mortais reivindicadas por militantes da causa chechena - uma república do Cáucaso -, mas nos últimos anos os atentados se tornaram menos frequentes.
O último ataque no metrô de Moscou acontecera em 6 de fevereiro de 2004, entre as estações Avtozavodskaia e Pavelestakia, com um balanço de 41 mortos e 250 feridos.
Nos últimos meses, as tropas russas intensificaram as operações militares contra rebeldes islâmicos no Cáucaso Norte e mataram vários dirigentes rebeldes.
As autoridades estrangeiras condenaram rapidamente os atentados.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama chamou os ataques de "atos monstruosos".
"O povo americano é solidário com o povo da Rússia na oposição ao extremismo e aos atrozes atentados terroristas que demonstram tal indiferença à vida humana, e condenamos estes atos monstruosos", afirma Obama em um comunicado.
O presidente americano expressou ainda "profundas condolências" ao povo da Rússia após a "terrível perda de vidas e de feridos".
O secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, afirmou que "nada pode justificar tais ataques contra civis inocentes".
"A União Europeia (UE) apoia firmemente a Rússia no combate ao terrorismo sob todas as formas", declarou a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton.
A chanceler alemã Angela Merkel disse ter recebido com "consternação e horror" a notícia.
O presidente francês Nicolas Sarkozy condenou os atentados "odiosos e covardes".
O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, e o chefe de Governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, também enviaram mensagens de condolências ao presidente Medvedev.
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