Mulheres enganadas (Ari Cunha)
Correio Braziliense - 09/03/2010
O Dia Internacional da Mulher ainda é enganação dos espertos. No Brasil, meninas são levadas à prostituição até por juízes e autoridades policiais. Mesmo atestando as barbáries da pedofilia, muito pouco foi feito. A violência doméstica atinge na América Latina e no Caribe até 50% das mulheres. Elas ganham menos mesmo trabalhando tanto quanto os homens. Continuam dizendo que o Dia Internacional da Mulher é homenagem à dona de casa. Como bem colocou William Ross Wallace, “a mão que embala o berço governa o mundo”. Bem cedo, dá banho nos pequenos, prepara a roupa para o colégio. Serve o café da manhã, dá instruções, educa. Para as que têm outra jornada de trabalho, nova lei lhe dá o direito de ficar com o filho seis meses depois do nascimento. As coisas mudam, novos rumos são tomados nesse tempo. Na China ainda há o aborto seletivo, quando as meninas são descartadas. Na Índia, quase 5 mil mulheres são assassinadas por ano por disputa da família por dotes de noivas. A informação é da Anistia Internacional. Na África o direito de o marido bater na mulher é amparado por lei. No Oriente Médio, na África e no Sudeste Asiático ainda há incidência de mutilação feminina. O Dia Internacional é da mulher que conquistou direitos e da que ainda não tem voz.
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