5.5.2010
|23h30m
poema da noite
Divisamos assim o adolescente - Mário Faustino
Divisamos assim o adolescente,
A rir, desnudo, em praias impolutas.
Amado por um fauno sem presente
E sem passado, eternas prostitutas
Velavam por seu sono. Assim, pendente
O rosto sobre um ombro, pelas grutas
Do tempo o contemplamos, refulgente
Segredo de uma concha sem volutas.
Infância e madureza o cortejavam,
Velhice vigilante o protegia.
E loucos e ladrões acalentavam
Seu sono suave, até que um deus fendia
O céu, buscando arrebatá-lo, enquanto
Durasse ainda aquele breve encanto.
Mário Faustino dos Santos e Silva (Teresina, 22 de outubro de 1930 - Lima, Peru, 27 de novembro de 1962) - Além de poeta foi crítico, tradutor e jornalista. Ficou muito conhecido por seu trabalho de divulgação da poesia no Jornal do Brasil quando assinava o Suplemento Dominical do Jornal do Brasil, na seção Poesia-Experiência. Publicou apenas um livro de poesia O Homem e sua Hora (1955). Morreu prematuramente vítima de um desastre aéreo.
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