Google teria acordo com governo dos EUA
MARCO AURÉLIO CANÔNICO
editor do Folhateen da Folha de S.Paulo
As manobras comerciais do Google geram reações iradas da concorrência e de governos, mas o que mais atinge e preocupa diretamente os internautas e os defensores das liberdades civis são as ações da empresa que ameaçam a privacidade.
O desastrado lançamento do Google Buzz foi apenas o caso mais recente.
A grande polêmica atual veio com a divulgação, no mês passado, pelo "Washington Post", de que o Google está negociando um acordo de troca de informações com a NSA (National Security Agency) -a agência federal norte-americana de vigilância eletrônica.
As conversas teriam começado após o ataque de hackers chineses ao Google, que reagiu ameaçando deixar a China caso a censura (com a qual havia concordado) não fosse banida.
A outra parte da reação foi negociar com a NSA -responsável pelo Programa de Vigilância de Terroristas e pela interceptação, sem autorização judicial, de telefonemas e e-mails após o 11 de Setembro.
Oficialmente, as partes não comentam. Extraoficialmente, ambas dizem que a negociação não inclui compartilhar dados dos usuários, mas apenas analisar as redes do Google e suas aparentes fraquezas.
O temor de que a relação vá mais longe persiste. O Epic (Electronic Privacy Information Center), uma organização de interesse público, entrou com um pedido oficial de informação para saber da NSA quais são suas relações com o Google.
"É um acordo secreto que pode impactar a privacidade de milhões de usuários do Google e de seus produtos no mundo todo", disse Marc Rotenberg, diretor-executivo do Epic.
"A NSA é parte das organizações militares e sua missão prioritária é espionar. Imagine se ela tiver acesso a suas buscas no Google e a seus e-mails também?", escreveu Anthony Romero, diretor-executivo da Aclu (American Civil Liberties Union).
Editoria de Arte/Folha Imagem | ||
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