Publicação: 30/07/2010 12:27 Atualização: 30/07/2010 12:40
Enquanto em 2000, 99 casos de hepatite A foram registrados e, em 2009, as confirmações subiram para 300. Nesses 10 anos, 4.736 pacientes foram diagnosticados com a doença no DF. Para Sônia Geraldes, o diagnóstico da hepatite A é mais fácil, porque o paciente apresenta sintomas. "A hepatite A é uma hepatite mais aguda, a pessoa apresenta dores abdominais, mal estar e cor da pele amarelada. Quando o paciente tem hepatite B e C é onde fica o perigo", informa.
A hepatite B que é transmitida, principalmente, pela relação sexual, teve 67 casos confirmados em 2000. Já, em 2009, o número subiu para 191. Não houve registros confirmados de hepatite C em 1999, mas 10 anos depois, foram 155 notificações .
A chefe do Núcleo de Hepatites Virais explica que isso acontece, primeiro, porque a hepatite C foi descoberta em 1989 e começou a ser conhecida em 1993. "Não dá pra dizer que, em 1999, não existiam casos de hepatite C, isso só mostra que os casos não eram diagnosticados. São doenças silenciosas, mas com o tempo foi se conhecendo mais das doenças", diz. Para ela, o índice não apontar casos mostra um problema no sistema de vigilância. "As hepatites têm sido consideradas problemas do sistema público de Saúde", explica.
Sônia acentuam, ainda, a importância do diagnóstico. "Muita gente tem as hepatites silenciosas e, se for diagnosticada com antecedência, pode descobrir antes de ter uma cirrose ou até um câncer", afirma.
Informação
De acordo com a Sônia Geraldes, a falha das pessoas está na falta de informações. "As pessoas confundem muito as hepatites. Existem várias e de maneiras diferentes, com tratamento e prevenções diversas", explica.
A médica dá dicas para não confundir as doenças. "A hepatite A é transmitida de forma oral e está ligada a medidas de higiene. Já a hepatite B, é transmitida, principalmente, por relações sexuais. Mas os pacientes podem se vacinar e também utilizar medidas de prevenção. Já a hepatite C só pode ser descoberta com o diagnóstico precoce. É preferível que aqueles que fizeram uma transfusão de sangue em 1993, utilizaram drogas alguma vez na vida, fizeram piercings e tatuagens procurem os hospitais para se informar", afirma.
Sônia explica, também, que o fato de muitas pessoas não terem se vacinado complica a situação. "A hepatite B precisa da vacina e muitas pessoas não estão imunizadas contra a doença", afirma. Pessoas de 0 a 19 anos podem tomar a doença. A expectativa do Ministério é de que, em 2011, a imunização possa ser estendida para pessoas com até 24 anos e, em 2012, até 29. "É preciso destacar que de 11 a 19 anos a cobertura é muito baixa e a vacina precisa de três doses", explica.
Para Sônia, um possível crescimento contínuo dos índices pode ser visto como uma boa notícia. "Ficaria feliz de ver o número aumentando, porque indica que muitas pessoas foram diagnosticadas previamente, o que pode prevenir uma cirrose ou até um câncer", finaliza.
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