JUNTE TUDO O QUE É SEU...
Canções de Custódio Mesquita em Voz e Piano
Com CARLOS NAVAS
25 e 26 de Setembro – Sábado e Domingo - 18 hs
Teatro Café Pequeno (110 Lugares) - Infs: 2294 44 80
Av. Ataulfo de Paiva, 269 – Leblon
Ingressos: R$ 30,00
Classificação: 18 anos
Assessoria do Artista: 11. 9196 4836 (Ricardo Henrique)
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Carlos Navas estréia nacionalmente no Teatro Café Pequeno seu novo projeto, dedicado ás canções de Custódio Mesquita, um dos mais importantes autores brasileiros, cujo centenário de nascimento está sendo comemorado. Ao lado do pianista Gustavo Sarzi e com direção de Heron Coelho, ele faz um passeio delicado através desta obra sensível e refinada que influenciou mestres como Tom Jobim. São parcerias do homenageado com Sadi Cabral, Mário Lago, Noel Rosa e Orestes Barbosa, entre outros. Clássicos como “Enquanto houver Saudade”, “Nada Além”, “Os rios que correm pro mar”, “Flauta, violão e cavaquinho”, “Saia do Caminho” (de onde foi extraído o subtítulo do espetáculo), “Noturno em tempo de Samba”, “Adivinhe Coração”, “Mentirosa”, “Velho Realejo” e “Mulher” são algumas das pérolas presentes no roteiro que dará origem a um futuro CD do artista. Mario Reis, célebre intérprete a quem Navas tributou em belo álbum lançado em 2007, também será reverenciado através de “Prazer em Conhecê-lo” (única parceria de Custódio e Noel Rosa) e “Doutor em Samba”, imortalizadas em sua voz.
TEXTO DO DIRETOR
Heron Coelho, 2010
Se o cantor é o ator da voz e a voz é cor da alma, as dissonâncias e harmonia de um piano tendem a corporificar essa relação em um processo que só pode resultar num espetáculo musical e cênico no qual a arte se empenha em abranger todas as suas nuances, explorando as várias possibilidades que, generosamente, oferece ao artistas. E aqui nesse projeto os artistas são três: um compositor pouco lembrado, embora sua obra seja reconhecida como das mais importantes de nosso cancioneiro; um intérprete-cantor que há anos trabalha pela boa música brasileira; e um jovem pianista virtuoso, que Egberto Gismonti considera "um de seus discípulos mais fiéis". Falamos, na ordem, da obra de Custódio Mesquita (compositor e pianista que influenciou, dentre vários, Tom Jobim), o cantor Carlos Navas e o multinstrumentista Gustavo Sarzi.
Desse encontro, surgido em 2009, experiências e pesquisas coadunaram-se para a confluência de um espetáculo musical sobre a obra do homenageado (Junte tudo que é seu... - Canções de Custódio Mesquita) num conjunto que reúne peças do autor, com ênfase em sua postura vanguardista para época em arranjos e composição. Canções conhecidas como Saia do Caminho (lançada por Araci de Almeida e regravada por Jobim e Miúcha), Mulher (sucesso de Silvio Caldas), Enquanto houver Saudade, Nada Além (clássico na voz de Orlando Silva e Nelson Gonçalves) ressurgem renovadas, juntamente a peças menos propagadas (Noturno em Tempo de Samba , Adivinhe Coração, Valsa de um Subúrbio, Nossa Comédia e Mentirosa, entre outras) através de roteiro especialmente concebido para o espetáculo, que conta também com inserções de depoimentos sonoros inéditos de pianistas como Tom Jobim, Francis Hime e Antonio Adolfo, que deixaram registradas suas palavras sobre a importância deste artista a frente de seu tempo. Alma e arte confluem nesta apresentação que explora a modernidade desse compositor pouco lembrado, por meio de um dedicado trabalho estabelecido entre Carlos Navas (que tem 8 cd´s lançados) e Gustavo Sarzi (conhecido por suas atuações ao lado de Amelia Rabello, Olivia Byington e Danilo Caymmi, entre outros).
Custódio Mesquita
Custódio Mesquita (Custódio Mesquita de Pinheiro), compositor, instrumentista, regente e cantor, nasceu no Rio de Janeiro RJ, em 25/4/1910, e faleceu em 13/3/1945. Nascido no bairro de Laranjeiras, aprendeu as primeiras noções de música com a mãe, Camila, que, assim como o pai, o comerciante Raul Cândido de Pinheiro, tocava piano. Em seguida, continuou as aulas de piano com Siazinha Cavalcanti. Freqüentou mais tarde o I.N.M., onde foi aluno de Luciano Gallet. Nessa época, regeu uma orquestra num concerto no Liceu de Artes e Ofícios. Iniciou-se profissionalmente como baterista, evocando os tempos em que tocava tambor no corpo de escoteiros do Fluminense Futebol Clube.
Atuava ocasionalmente como pianista. Sua primeira composição é O amor é um prejuízo (com Moisés Friedman), samba-canção editado em 1930, que não obteve repercussão. Nessa época já tocava piano na Rádio Clube do Brasil, Rádio Mayrink Veiga e Rádio Philips, e numa escola de danças.
Em 1932 teve sua primeira composição gravada por Sílvio Caldas: o fox Dormindo na rua. Foi parceiro de Noel Rosa, com quem compôs o samba Prazer em conhecê-lo, gravado em 1933 por Mário Reis. Ainda nesse ano, Aurora Miranda gravou a marcha Se a lua contasse, que teve sucesso no Carnaval de 1934. A partir de então intensificou sua produção musical, gravada por cantores de grande evidência, como Carmen Miranda e sua irmã Aurora Miranda, Mário Reis, Sílvio Caldas, Carlos Galhardo e Orlando Silva.
Começou a parceria com Mário Lago em 1935, surgindo, entre outros, os sucessos Menina, eu sei de uma coisa (marcha gravada por Mário Reis em 1935), o fox-canção Nada além (gravado em 1938 por Orlando Silva) e a valsa Enquanto houver saudade. Ainda em 1935, estreou como ator de cinema no filme carnavalesco Alô, alô, Brasil, de Wallace Downey. Atuou ainda em mais dois filmes: Bombonzinho, de Mesquitinha (1938), e Moleque Tião, de José Carlos Burle (1943), para o qual também compôs músicas.
A revista O sambista da Cinelândia, encenada no Teatro Fênix, marcou sua estréia como compositor para teatro. Musicou diversas peças (Filhas de Eva, Rumo ao Catete, Gandaia etc. ), além de ter atuado como ator em várias companhias.
Em 1936 realizou uma temporada na Argentina, como pianista, obtendo grande sucesso com a marcha Se a lua contasse. Foi diretor artístico da Rádio Clube do Pará, em 1937, tendo-se apresentado ao piano na sua inauguração. Escreveu juntamente com Sadi Cabral a opereta A bandeirante, que foi apresentada em outubro de 1938 no Teatro São Pedro, de Porto Alegre RS. Ainda com Sadi Cabral compôs várias músicas, como o fox-canção Mulher e a valsa Velho realejo, ambas gravadas por Sílvio Caldas em 1940.
Em 1939 fez o papel de Pedro I na peça Carlota Joaquina, de Raimundo Magalhães Jr. Em 1943 iniciou parceria com Evaldo Rui, com quem realizaria algumas de suas maiores obras, entre as quais: o bolero-canção Para que viver? (primeira composição da dupla); o fox Rosa de maio e a valsa Gira, gira, gira (gravados por Carlos Galhardo); os sambas Promessa, Noturno em tempo de samba e Como os rios que correm para o mar (gravados por Sílvio Caldas). Compôs ainda com David Nasser Algodão, samba gravado por Sílvio Caldas, e com o teatrólogo Geysa Boscoli Naná, fox-blue gravado por Orlando Silva.
Em 1945, no auge de seu prestígio como compositor foi eleito conselheiro da SBAT a que estava filiado desde 1933. Não chegou, porém, a tomar posse do cargo: morreu de crise hepática. Sua última música, com letra de Freire Júnior intitulava-se Despedida.
CARLOS NAVAS
O cantor paulistano tem oito discos solo elogiados, como o infantil "Algumas Canções da Arca...", em que faz releituras das canções que Vinicius de Moraes dedicou às crianças. Em seu repertório, reúne ainda autores contemporâneos expressivos como Alzira Espíndola, Itamar Assumpção, José Miguel Wisnik, Marina Lima e Vitor Ramil. Em seus quatorze anos de carreira, vem dividindo o palco com estrelas do porte de Alaíde Costa, Sandra de Sá, Clarisse Abujamra e Tetê Espíndola. Em 2007, lançou o CD “Quando o Samba Acabou” – Dedicado a Mario Reis e o infantil ”Canções de Faz de Conta”, sobre a obra de Chico Buarque. "Tecido", seu oitavo álbum está chegando ao mercado pela Lua Music.
Site Oficial: www.carlosnavas.com.br
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