Número de denúncias pelo Orkut no Brasil aumenta 250% no último ano
Adiscriminação contra a população HOMOSSEXUAL no País invadiu os domínios www. Dados de discriminação contra homossexuais (homofobia) pelo site de relacionamento Orkut mostram aumento de quase 250% na comparação dos meses de março e julho deste ano, segundo dados do site de monitoramento da internet Safernet. Em março deste ano, foram 197 denúncias de homofobia, a prática de discriminação por orientação sexual. Em abril foram 692 denúncias, seguidas de 710 em maio, 775 junho e 760 em julho. "O que no social é mostrado por opiniões politicamente corretas, na internet manifesta os preconceitos guardados", disse a professora de psicologia Sandra Studart, da Universidade de Brasília (UnB).
Indignada com o que leu numa comunidade do site de relacionamento social Orkut, Denise (nome fictício) decidiu reagir. Entrou na comunidade Penetração Corretiva: Lésbicas e começou discussão com alguns membros da mesma. Nos tópicos de debate da sala, homens contrários a orientação sexual de lésbicas relatavam como investigar, monitorar e perseguir mulheres e jovens que mantinham relacionamentos com outras. E instruíam o estupro para a penteração corretiva -ato de violentar essas mulheres como
se isso pudesse "corrigir" a identidade de gênero delas.
Depois de entrar em discussão com alguns dos 522 participantes da comunidade, ela foi seriamente ameaçada por meio de um scrap, recado enviado a ela por um outro perfil que também não identificava seu autor, afirmando: "Basta você dizer hora e local!". Rapidamente, fotos da moça foram copiadas do álbum de fotos de Denise e espalhadas entre os seguidores da comunidade.
PERSEGUIÇÃO
Na primeira página da comunidade, esta prática é apresentada como ato de amor que retira estas mulheres da "perdição". Os três avisos destacados no texto de abertura da comunidade anunciam que não são lesbofóbicos, mas também não são humoristas e que "o assunto aqui é sério", mostrando a gravidade da ameaça.
Apesar de bizarro, a existência deste tipo de comunidade ilustra uma mentalidade que é recorrente na sociedade brasileira, contra toda a comunidade de gays, bissexuais, lésbicas, travestis e transse-xuais(GBLTT). Denise, então, encerrou sua conta no Orkut. "Percebi que eles estão organizados dentro de uma lógica de que a masculinidade deles pode aniquilar a liberdade da mulher decidir", lamentou Denise, que prestou queixa na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher. Apesar do alto índice de violência e das constantes agressões sofridas por essas pessoas, até hoje não foi aprovada a lei que prevê punição para homofóbicos. Tramita no Senado o Projeto de Lei da Câmara(PLC) 122/2006 que torna crime com previsão de prisão e multas para atos de discriminação, violência e exclusão social da população GBLTT.
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