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PREVENÇÃO - 14/05/2010
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Quero Fazer:
a saúde aonde o povo está
Mário Angelo Silva
Está na Constituição: “saúde é direito de todos e dever do Estado”. Cabe ao governo e à sociedade adotar medidas políticas e operacionais para sua promoção e manutenção, garantindo o sagrado direito de todos às condições necessárias de “bem estar físico, psicológico e social”.
Tal direito está amparado pelos princípios do Sistema Único de Saúde (SUS), garantido na universalidade de acesso a serviços, bens e insumos; e na integralidade da atenção à saúde e equidade no atendimento às demandas, conforme graus de exposição a fatores de risco peculiares e vulnerabilidades de pessoas e grupos populacionais.
Em que pesem as dificuldades conjunturais para a viabilização e operacionalização desses princípios e consolidação de direitos, as políticas, programas e ações de saúde pública implementadas têm contribuído para o enfrentamento dos problemas e agravos à saúde dos segmentos socialmente e epidemiologicamente mais afetados, principalmente no campo das doenças sexualmente transmissíveis.
As doenças transmissíveis – seja por contatos sociais, ambientais ou sexuais – requerem atenção especial da saúde pública, por estarem intimamente associadas a modos de vida, comportamento, percepções, crenças e idéias prevalentes na sociedade (representações sociais), para além das compreensões e intervenções médico/clínicas e laboratoriais. Devem ser compreendidas e enfrentadas de maneira interdisciplinar e multiprofissional, tanto no âmbito das ações de prevenção quanto de assistência voltadas para a população em geral, com especial olhar para os segmentos mais vulneráveis.
A prevenção e controle das doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) envolvem vários aspectos da vida social e intersubjetiva, que incluem as atitudes, orientações e práticas sexuais, tanto no plano individual quanto coletivo, determinados pelas condições de vida, trabalho e inserção social/comunitária.
A política e os programas de controle das DST e Aids são considerados exemplares, tanto no campo da prevenção quanto da assistência, baseadas em ações bem estruturadas de vigilância epidemiológica e de referenciamento na rede pública de saúde, voltada para a população geral e para segmentos específicos.
Estudos sócio-epidemiológicos revelam que, dentre os segmentos populacionais mais vulneráveis, as pessoas com orientações homossexuais, bissexuais, travestis, transexuais, transgêneros) e as(os) profissionais do sexo têm maiores dificuldades de acesso aos serviços de saúde, principalmente para consultas e atendimentos ambulatoriais e exames laboratoriais.
As unidades de saúde e o Programa de Saúde da Família não estão devidamente preparados para acolher essa população, que não corresponde ao perfil familiar e comunitário que está no eixo das ações programáticas dessas modalidades de atenção à saúde. Como integrantes de segmentos específicos, tais pessoas não são reconhecidas como potenciais usuárias do SUS (trabalhadoras, pais, mães, filhas, tias, avós e bisavós): são invisíveis na família e na comunidade, e quando buscam as unidades de serviços, nem sempre são bem acolhidas, conforme preconizado pelos princípios do SUS e pressupostos da Política Nacional de Humanização (HumanizaSUS).
Os movimentos sociais, as organizações sociais e setores de gestão das políticas públicas de saúde dedicadas a essa população têm ocupado espaços políticos e sociais importantes, estimulando a visibilidade e a força política no campo das representações democráticas e defesa de direitos de acesso à saúde, sociais e humanos dessa população.
O Plano Nacional de Enfrentamento do HIV/Aids entre Gays, Travestís e HSH (Homens que fazem Sexo com Homens)e sua implementação nos Estados, DF e Municípios resulta das lutas políticas, articulações intersetoriais e operacionais de combate aos preconceitos, discriminações e desrespeitos aos direitos das pessoas.
O projeto “Quero Fazer- Ações de Aconselhamento e Testagem HIV para Gays, Travestís e Homens que fazem Sexo com Homens”, implementado em Recife, Rio de Janeiro e no DF, representa e exemplifica possibilidades de facilitação de acesso dessa população a serviços básicos de atenção à saúde, como a testagem laboratorial rápida do HIV, disponibilizada em locais de fácil acesso para essa população. Um laboratório móvel fica estacionado em lugares estratégicos, com uma equipe técnica de profissionais da saúde e mobilizadores sociais de plantão em alguns dias da semana.
Os exames anti-hiv seguem as normas e procedimentos recomendados pelo Ministério e secretarias de saúde. Os aconselhamentos enfatizam e estimulam a busca de consultas atendimentos e vinculações a serviços públicos e privados de saúde; além da função laboratorial, o aconselhamento tem como finalidade promover a prevenção, com informações e disponibilização de insumos, material educativo e preservativos.
A Universidade de Brasília é parceira do Departamento Nacional DST/Aids e Hepatites Virais- Ministério da Saúde, e da PACTBrasil (organização não-governamental vinculada à USAID) no desenvolvimento do referido projeto no Distrito Federal e Entorno.
Compartilhamos o entendimento de que a saúde pública deve estar “aonde o povo está”, parafraseando a música popular brasileira. O trailler/laboratório móvel estacionará em lugares estratégicos, disponibilizando aconselhamento e exames para quem quiser. Que venham as pessoas com maiores dificuldades de acesso aos serviços da rede pública e privada de saúde.
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http://www.pactbrasil.org/querofazer/blogs/blog5.php/sobre-o-programa/
Grande iniciativa na prevenção e detecção do diagnóstico do hiv.
Divulguem!!!!!
leiam matéria" soropositivos morrem sem diagnóostico" consulte nesse blog...
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