Videogames com sensor de movimento são usados para tratar dificuldades motoras
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DA REUTERS
Desde que a Nintendo lançou o Wii, jogadores vêm interagindo com personagens e fazendo ginástica com professores virtuais.
Agora, pesquisadores, cientistas e desenvolvedores de jogos estão usando o console da fabricante como ferramenta para a saúde e, em alguns casos, estão conseguindo bolsas de milhões de dólares para criar novas tecnologias.
Fred Prouser 2.jul.2009/Reuters |
Demonstração de um console da Sony com sensor de movimento, nos EUA |
Em uma conferência em Boston, recentemente, mais de 400 pesquisadores se reuniram para encontrar maneiras inovadoras de usar games com sensores de movimento para ajudar médicos e pacientes.
Com o financiamento do Instituto Nacional de Saúde dos EUA, a Red Hills Games e a Escola de Enfermagem da Universidade da Califórnia estão usando o Wii para criar jogos que ajudam pacientes com Parkinson a melhorar o equilíbrio. Um deles, chamado "Rail Runner", faz as pessoas levantarem e sentarem para operar um carrinho de mão que corre em trilhos de trem.
"A maioria dos pacientes tem entre 70 e 80 anos e eles adoram esses jogos", diz Bob Hone, diretor criativo da Red Hill. "Eles querem algo que vá tratar a doença e esses jogos são feitos especialmente para eles."
A empresa está usando tecnologias semelhantes em jogos para melhorar o andar e o equilíbrio de crianças com paralisia cerebral.
"Essas crianças têm problemas físicos, então levamos isso em conta para fazer jogos que as fazem sentir como se estivessem andando e atingindo a linha de chegada com sucesso", diz Hone.
Ainda neste ano, a Sony vai lançar o PlayStation Move e a Microsoft entra com o Kinect para Xbox 360. Esses novos aparelhos devem aumentar o mercado dos jogos mas também oferecer aos pioneiros que criam jogos para a saúde mais opções para inventar novas tecnologias.
"O impacto disso será tão grande quando o lançamento do Wii e do Wii Fit, porque a tecnologia vai se estender a outras plataformas", diz Stephen Yang, pesquisador e professor da Faculdade de Courtland, em Nova York.
"Há muitos desenvolvedores de jogos que querem usar essas interações físicas e trazer novas experiências que serão divertidas e úteis para os pacientes", afirma.
O médico John Lumpkin, vice-presidente da Fundação Robert Wood Johnson, viu em primeira mão os avanços que os controles com sensores de movimento permitiram em seus pacientes e em seus próprios filhos.
"Esses jogos estimulam o movimento, que aumenta a frequência cardíaca e queima calorias", diz Lumpkin. "Até um jogo com movimentos simples, como tocar bateria no 'Rock Band' pode fazer o jogador queimar o dobro de calorias por hora do que se ele ficasse só sentado, enquanto um jogo mais vigoroso como o 'Dance Dance Revolution' queima até seis vezes mais calorias", afirma o médico.
O que é mais animador para Lumpkin e para muitos nesse campo de estudos é que hoje os pesquisadores estão usado a prancha de exercícios do Wii para ajudar vítimas de derrame a recuperar o equilíbrio, com resultados tão bons quanto os obtidos em um equipamento que custa US$ 18 mil.
A economia é uma das razões para que o setor de jogos para a saúde venha crescendo exponencialmente nos últimos seis anos, sem sinal de diminuir o ritmo.
"Quando você vê a atividade econômica associada à saúde nos Estados Unidos, o volume é de 16% do PIB. Até em países que gastam menos em saúde pública o volume é grande", diz Ben Sawyer, cofundador da Games for Health.
"Mesmo desenvolvedores pequenos têm recebido financiamentos de dezenas e até centenas de milhões", diz Sawyer. "Quando você soma esses números com as vendas de jogos como o 'Dance Dance Revolution' e o 'Wii Fit', o setor de jogos para a saúde vale mais de US$ 1 bilhão hoje em dia."
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