Uma série de compromissos para reduzir as hepatites virais no País serão apresentadas em 28 de julho, Dia Mundial do Combate a Hepatites Virais. Em 2011, o Ministério da Saúde vai ampliar em 163% o quantitativo de vacinas compradas para a hepatite B. Se hoje a faixa etária que recebe a vacina vai dos 0 aos 19 anos, com a mudança, jovens e adultos de 20 a 24 anos também poderão se imunizar. Para aumentar a oferta, nessa primeira etapa serão adquiridas 54 milhões de doses a mais para hepatite B, que no ano anterior. O quantitativo perfaz um total de 87 milhões de doses a serem utilizadas em 2011.
Para redução da transmissão verticial do vírus da hepatite B, até 2011 também serão intensificadas a oferta de triagem sorológica a todas as gestantes que fazem o pré-natal no Sistema Único de Saúde (SUS) e todos os recém-nascidos de mães portadoras da doença receberão profilaxia – vacina e imunoglobulinas.
Com o intuito de fortalecer a sociedade civil organizada em relação às hepatites virais, o Ministério, em parceria com a Unesco, também lança um edital para realização de ações de enfrentamento das hepatites. A medida visa a melhorar a articulação do setor com os serviços do SUS, estimular o diagnóstico precoce e promover mobilizações comunitárias.
Na mesma data, o Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais apresenta, pela primeira vez, um documento com os principais números das hepatites virais no País. As medidas anunciadas marcam o dia de luta contra as hepatites, conforme resolução apresentada pelo Brasil na assembleia da Organização Mundial de Saúde (OMS), em maio de 2010.
No País, dados do Ministério da Saúde revelam que de 1999 a 2009 o total de casos confirmados de hepatite B é 96.044. Mais de 50% dos casos se concentram entre indivíduos de 20 e 39 anos e cerca de 90% são agudos.
A vacina para hepatite B passou a ser oferecida pelo Sistema Único de Saúde, a partir da década de 1990. A vacinação começou no Norte do País e o quantitativo oferecido foi aumentando gradativamente, conforme levantamento de áreas endêmicas e populações mais vulneráveis. Ela é oferecida em três doses, tanto para criança, quanto para adolescentes. Uma vez imunizado contra Hepatite B, o paciente também está protegido de ser infectado pelo vírus D.
A transmissão da hepatite B se dá principalmente por meio de relações sexuais, acidentes com instrumentos contaminados por sangue ou pela gravidez, quando a mãe está infectada.
Em relação à hepatite C, o total de casos confirmados de 1999 a 2009 é de 60.908. Muitas vezes o paciente descobre quando vai doar sangue. Em geral, são pessoas que fizeram transfusão até a década de 80 ou indivíduos que compartilharam seringas.
A hepatite C pode ser uma doença silenciosa porque os sintomas surgem depois de muito tempo que o vírus se instalou no organismo. Em geral, a maioria dos casos da hepatite C são descobertos acima dos 30 anos. Os dados alertam para a importância do diagnóstico precoce, pois; quanto mais tarde, maiores são as consequências. Cerca de 70% das hepatites C cronificam.
PERFIL REGIONAL- As maiores taxas de detecção da hepatite B, no período de 1999 a 2009, são observadas nas regiões Sul, Centro-Oeste e Norte. E, no caso da hepatite C, as maiores taxas de detecção estão na região Sudeste e Sul.
Dados do Ministério da Saúde mostraram que a quantidade de exames oferecidos quase triplicaram nos últimos cinco anos. Em 2009, foram feitos 9,22 milhões de unidades para diagnósticos de todas as hepatites. Em 2004, foram 3,59 milhões de testes. O Brasil oferece diversos tipos de exames para o indivíduo que suspeita ter a doença. Para isso, basta ir a uma Unidade de Saúde ou um Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA).
HEPATITE A – A hepatite A atingiu cerca de 124.687 indivíduos, entre 1999 e 2009, sendo a maioria homens. Mais de 50% dos casos confirmados estão na região Norte e Nordeste. Com o perfil diferente, ela é mais frequente entre crianças abaixo de 5 anos e sua transmissão está ligada à água, alimentos e mãos contaminadas.
Na maioria dos casos de hepatite A, o indivíduo recupera-se totalmente, eliminando o vírus do organismo. A insuficiência hepática aguda grave ocorre em menos de 1% dos casos.
MEDICAMENTOS
- Desde 2005, quando se iniciou o processo de centralização de compras, já foram investidos quase R$ 800 milhões.
- O gasto médio com medicamento da hepatite C pode variar de R$ 1.562,00 a R$ 18.441,00 por tratamento/paciente e o da hepatite B, varia entre R$ 1.890,00 a R$ 5.859,00 por tratamento/paciente.
- Em 2009, um novo Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para o tratamento da hepatite crônica B e coinfecções incluiu novos medicamentos, o tenofovir, o entecavir e o adefovir, que junto com o interferon e a ribavirina passaram a ser disponibilizado pelo Ministério da Saúde.
- Em 2010, foram comprados, mais de 890 mil frascos de medicamentos para as hepatites B e C, perfazendo um total de cerca de R$ 234 milhões.
- No momento, o protocolo clínico da hepatite C está em revisão.
Como no tipo A a doença remite naturalmente, não houve gastos com medicamentos específicos.
Testes realizados para diagnóstico das hepatites virais
Tipo de hepatites virais
Tipo de hepatites virais 2004 2009
Hepatite A 288.267 488.818
Hepatite B 1,97 milhão 7,22 milhões
Hepatite C 1,33 milhão 1,47 milhão
Hepatite D 697 38.124
Total 3,59 milhões 9,22 milhões
Saiba mais:
Briefing (.pdf)
Boletim Epidemiológico das Hepatites Virais 2010 (.pdf)
Metas para os anos de 2011 e 2012 (.pdf)
Atendimento à Imprensa
(61) 3306 7024/7010/7051/7016
Atendimento ao cidadão
0800 61 1997 e (61) 3315 2425
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