Dietas limitam ingestão de vitaminas
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DA REUTERS
Na hora de escolher entre os vários tipos de dieta, é preciso levar em conta mais do que calorias e carboidratos, segundo um estudo americano.
O foco das dietas mais populares é a quantidade de comida a ser ingerida e as proporções de proteínas, gorduras e carboidratos. Vitaminas e minerais acabam ficando em segundo plano.
Comparando quatro tipos de dieta, pesquisadores da Universidade Stanford, na Califórnia, encontraram diferenças significativas no consumo desses nutrientes.
"Escolher entre fontes alimentares ricas em gorduras e carboidratos significa mais do que mudar os níveis de gordura e carboidratos", diz o líder da pesquisa, Christopher Gardner.
As vitaminas e os minerais vão junto nessas escolhas. Como resultado, deficiências podem aparecer, aumentando o risco de problemas sérios de saúde, como osteoporose e danos neurológicos.
No estudo, Gardner e outros pesquisadores analisaram dados de 300 mulheres com sobrepeso ou obesidade, que foram aleatoriamente escolhidas para seguir um dos quatro tipos de dieta populares nos EUA: Atkins (dieta da proteína), Zone (rica em ômega-3 e alimentos antioxidantes), Learn (rica em carboidratos e pobre em gorduras) e Ornish (pobre em gorduras e rica em vegetais).
As mulheres responderam a perguntas logo no início da pesquisa e depois de dois meses. Foi pedido a elas que lembrassem o que tinham comido nas últimas 24 horas. Com as respostas, foi feita uma média para se ter uma ideia da dieta dessas mulheres, segundo os autores escreveram no "American Journal of Clinical Nutrition".
Depois de dois meses, todas as participantes tinham reduzido a ingestão de calorias diárias para 1.500, a partir de uma média de 2.000 no início do estudo. Para cada 500 gramas de emagrecimento, é preciso comer 3.500 calorias a menos.
Como esperado, a equipe de pesquisadores encontrou diferenças entre o que cada um dos grupos de mulheres comiam, de acordo com a dieta escolhida. Quem estava na Atkins, por exemplo, comia a menor proporção de carboidratos (17% das calorias diárias) e a maior proporção de gorduras e proteínas (28%).
As diferenças também foram encontradas na ingestão de 12 dos 17 minerais e vitaminas medidos na dieta das participantes. Algumas mulheres estavam sob risco de ingerir níveis inadequados dos nutrientes, de acordo com as recomendações americanas. A vitamina E foi o maior problema em todos os grupo: mais de 65% das mulheres não estavam consumindo quantidades suficientes.
"Essa dieta não recomenda simplesmente que a pessoa corte todos carboidratos, e sim açúcar e grãos refinados", diz Gardner. "Pode-se manter as folhas, os grãos e os legumes. O que sai são os refrigerantes, doces e alimentos industrializados."
Uma maneira de compensar as falhas de qualquer dieta é tomar suplementos de vitaminas e minerais, afirma o médico. Mas a pesquisa descobriu que, das quatro dietas, só a Atkins fez essa recomendação. E só três mulheres do grupo que fez a dieta seguiu tomou suplementos.
"Nosso corpo funciona melhor quando não há deficiências de vitaminas e mineiras, e comida saudável é a melhor fonte desses nutrientes", diz Michael Dansinger, da Escola de Medicina da Universidade Tufts, em Boston, consultor do reality show americano "The Biggets Loser".
"Acho que todas as dietas pesquisadas no estudo de Stanford são saudáveis, porque reduzem risco de obesidade, diabetes e riscos de doenças cardíacas, que são os maiores perigos à saúde na nossa sociedade", diz Dansinger. "Mas a dieta Zone e outras parecidas são melhores quanto a vitaminas e minerais."
Folha on line
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