PF prende cinco pessoas que voavam com passagens vendidas por quadrilha
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da Folha Online
Mais cinco pessoas foram presas nesta sexta-feira pela Polícia Federal na Operação Ícaro, que desarticulou uma quadrilha que clonava cartões bancários para a compra de passagens aéreas.
As pessoas foram presas no aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte (MG), ao fazerem escala em um voo que iria de Governador Valadares para o Rio. Eles prestaram depoimento na sede da PF e devem responder pelo crime de receptação culposa, que tem pena de até um ano de prisão.
De acordo com a investigação, a quadrilha comprava passagens principalmente em Minas Gerais, Pará, Rio de Janeiro, Ceará e Bahia. A quadrilha conseguia, de forma fraudulenta, números de cartões de crédito e os utilizava para comprar diversos produtos pela internet, além de passagens aéreas.
As investigações tiveram início em novembro de 2009, a partir da denúncia de uma empresa aérea que percebeu queda vertiginosa de lucro, apesar da alta frequência de passageiros nos voos que partiam do aeroporto de Governador Valadares --principal área de atuação da quadrilha.
A empresa, segundo a PF, verificou que a queda de faturamento e lucro estava relacionada ao uso de cartões de crédito clonados para pagamento das passagens e comunicou o fato à PF. Ao todo, 28 integrantes da quadrilha foram identificados e indiciados por recepção qualificada, furto qualificado e formação de quadrilha.
Parte dos criminosos atuavam em Belém (PA), onde tinham a função de captar os números de cartão de crédito a partir de empresas terceirizadas de editoras que vendiam assinaturas de revistas e por ligações efetuadas para a casa das pessoas, principalmente idosas, fazendo-se passar por funcionários das administradoras Visa e Mastercard.
Outra parte do bando, que também ficava em Belém, era responsável pela compra dos números de cartões conseguidos pelo primeiro grupo. Pagavam entre R$ 3 e R$ 150 por cartão. O preço variava em função da quantidade de dados disponíveis, do limite de crédito, da validade e da confiabilidade. Com cartões e dados em mãos, os golpistas realizavam as compras na internet.
Outros integrantes da quadrilha eram responsáveis por conseguir compradores dos produtos adquiridos com os cartões: passagens aéreas internacionais; diárias em hotéis de luxo, principalmente em São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro e ingressos em camarote para shows internacionais.
Em Governador Valadares, passagens aéreas nacionais eram vendidas pela metade do preço original anunciado nos sites. Mais de 500 passagens aéreas fraudadas foram identificadas pela PF. O prejuízo estimado supera R$ 250 mil, com os mais de 200 cartões de crédito fraudados. Para as empresas aéreas, a estimativa de prejuízo passa de R$ 2 milhões.
A PF identificou, entre os passageiros que compraram os bilhetes aéreos, médicos, dentistas, funcionários públicos, servidores da prefeitura de Governador Valadares, e autoridades públicas, como juízes, promotores, procuradores federais e políticos. A princípio, sem conhecimento da fraude.
Com a Agência Brasil
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