Campanha antiaborto usa outdoor com Hitler e fetos na Polônia
da BBC Brasil
Uma campanha antiaborto na Polônia gerou polêmica ao incluir imagens de Adolf Hitler e de fetos abortados em um outdoor.
O painel de 23,5 m de largura por 10 m de altura foi instalado no último dia 1º de março na cidade de Poznan, oeste polonês.
Ao lado de uma foto do líder nazista, a placa mostra duas fotos de fetos abortados e a mensagem em polonês que diz: "O aborto para mulheres polonesas foi introduzido por Hitler em 9 de março de 1943".
A organização Fundacja Pro, entidade de combate ao aborto responsável pela campanha, disse que a intenção do outdoor é lembrar ao povo polonês que o aborto foi introduzido na Polônia pela primeira vez durante a Segunda Guerra Mundial.
Fundacja Pro/stopaborcji.pl |
Placa traz mensagem em polonês que diz: "O aborto para mulheres polonesas foi introduzido por Hitler em 9 de março de 1943" |
A força de ocupação alemã teria feito uso de abortos para conter a expansão do povo polonês, que os nazistas consideravam inferior.
Numa mensagem de divulgação da campanha, a Fundacja Pro também cita o papa polonês João Paulo 2º para defender sua causa.
"Nesse contexto, vale relembrar as palavras do papa João Paulo 2º: 'a história nos ensina que democracia sem valores facilmente se torna uma forma de totalitarismo claro ou fragilmente disfarçado'".
Críticas
Mas a referência a Hitler não foi bem recebida por todos os poloneses. Muitos consideram que usar as lembranças do terror causado pelos nazistas para qualquer campanha é "inaceitável".
"Eu entendo que essa campanha é desenhada para chocar, mas há limites para o uso de impacto", disse a deputada polonesa Elzbieta Streker-Dembinska, segundo o jornal britânico Daily Telegraph.
"Um feto e Adolf Hitler é uma comparação injustificada. A ideia desse painel é inaceitável e ultrapassa as fronteiras da decência", protestou.
Apesar da polêmica, a organização pretende seguir com a campanha. A Polônia possui uma das legislações antiaborto mais rigorosas da União Europeia. Com a aproximação do dia das mulheres, no dia 8 de março, as campanhas para impedir mudanças na lei tendem a ganhar força no país.
Fonte:www1.folha.oul.com.br
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