Rnp Rio de Janeiro | 28 de julho de 2011 18:02 |
27/07/2011 - 19h10
Alister Rafael tem 27 anos e mora na cidade do Rio de Janeiro. Ele está procurando a imprensa, o movimento social ou alguém que o ajude a tornar público seu problema. Pela segunda vez, em menos de uma semana, ele esteve no Instituto de Pesquisas Evandro Chagas (IPEC)- ligado à Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz) - e saiu sem o kit completo de comprimidos que usa para o tratamento da aids.
Há cerca de um ano tomando o antirretroviral Fosamprenavir, Alister teme agora uma baixa na sua adesão ao tratamento devido à escassez deste medicamento no Estado. “Na terça-feira passada fui pegar meus remédios e me deram um montante suficiente para apenas cinco dias. Me disseram que da próxima vez a situação já estaria regularizada, mas hoje voltei lá para pegar os medicamentos e a situação continua igual”, conta.
O jovem foi informado pelo pessoal da logística de medicamentos do IPEC que não havia previsão de regularização. Não contente com a resposta foi à Secretaria Estadual de Saúde e recebeu a notícia de que os lotes do Fosamprenavir estavam parados na alfândega.
“O governo está brincando com a vida humana. Ganha trilhões com impostos e deixa faltar medicamentos. Nós pagamos impostos e temos esse direito do acesso universal”, criticou. “É inconcebível que o Brasil doe medicamentos para outros países, mas deixe faltar medicamentos aqui”, acrescentou.
Até o momento, Alicer não ficou sem o medicamento, mas queixa-se de ter que ir constantemente ao IPEC para pegar apenas alguns comprimidos.
Quando não há desabastecimento, os pacientes podem retirar montantes suficientes para mais de um mês.
O problema com a distribuição do Fosamprenavir foi denunciado por ativistas no dia 17 deste mês. Em nota, o Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde informou que mil frascos do antirretroviral tinham sido enviados aos Estados, e que uma outra remessa de nove mil frascos seriam enviadas na sequência para regularizar a situação. “O Ministério da Saúde empenhou-se em agilizar as entregas e, assim, a partir de 15 de julho, não haverá mais a necessidade de fracionamento do antirretroviral”, informava a nota.
No entanto, segundo a Assessoria de Imprensa do Departamento de Aids, esses nove mil frascos ficaram presos na alfândega por conta de uma exigência de documentos feita pela Receita Federal à fabricante GlaxoSmithKline. Espera-se que o medicamento seja liberado e chegue a Brasília nesta quinta-feira e até a próxima segunda-feira aos Estados.
Redação da Agência de Notícias de Aids
DICA DE ENTREVISTA:
Alister Rafael
Tel.: (0XX21) 8765.1033
E-mail: alister.r@bol.com.br
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Agência de Notícias da AIDS
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