Uma das nossas mais cobiçadas conquistas, comemoradas graças à sensatez e a sensibilidade humana dos juízes do Supremo Tribunal Federal (STF), de maio para cá, a legalização da união civil entre pessoas do mesmo sexo (o que muitos insistem em rotular equivocadamente de "casamento gay"), pelas informações que as quais tenho tido acesso via internet, lamentavelmente levam-me a crer que tal conquista foi "em vão" ou está sendo bestialmente ridicularizada e banalizada por, nada mais nada menos, que alguns dos próprios beneficiados, ou seja, alguns casais gays.
Perdoem-me os que pensam o contrário, mas na minha modesta opinião, começo a entender que é cada vez mais lamentável e vexatório; chega a ser um "mico", uma "babaquice tamanha", um "showzinho barato", uma "hipocrisia", "uma PALHAÇADA", um "CIRCO" fazer uso de tão maravilhosa e suada conquista menosprezando e ofuscando a importância desta conquista (a legação da união civil entre casais homossexuais masculinos e femininos), para aparecer, fazer mídia, como se cada vez mais certos casays homossexuais passassem a sofrer da SÍNDROME DE NATALIE LAMOUR (personagem da Deborah Secco em Insensato Coração, novela da Globo).
Amados e amadas, antes de me jogar pedras e destilarem veneno contra mim, convido-vos a analisarem comigo o seguinte:
= Após a conquista do direito civil de ter a união homoafetiva legalmente reconhecida no Brasil, não basta "casar" apenas uma única vez? Pergunto: Qual a vantagem de ficar aparecendo em paradas LGBT e buscando desesperadamente o foco na mídia, numa sufocante necessidade de aparecer, de ser notado, de ser comentado, de ser visto e, para isso, ficar "casando" em todos os Estados brasileiros, em todas as cidades possíveis? Qual a vantagem disso? Não seria mais útil e mais humano dar foco, focalizar a cada vez mais crescente "onda" de violência homofóbica, que, a cada minuto, aterroriza, humilha, violenta e mata pessoas LGBT em todos os Estados do Brasil e no Distrito Federal? Não seria mais justo, mais ético, mais correto, mais proveitoso dar foco e visibilidade a isso do que a fulano e beltrano, primeiro casal "disso ou daquilo" no Brasil (ou no mundo), se casa (de novo, pela enésima vez) em tal lugar??? - Gente! Nada pessoal, nem contra nem a favor dessas pessoas, desses colegas, mas entendo que "casar" (celebrar união civil homoafetiva) mais de uma vez e em locais onde há mídia (de preferência nacional) e em locais de grande concentração pública (como paradas gays, por exemplo), isso não é visibilidade gay, não é merchandising social pró-interesses LGBT... é, na verdade, na minha opinião, "show circense" que, em nada, acrescenta ao nosso Movimento LGBT Nacional.
= Eu, como liderança LGBT, militante LGBT há mais de 15 anos, já estou ficando enojado, de "saco cheio" (perdoem-me a expressão chula), com gays que querem se tornar celebridades nacionais às custas de algo tão sério, de uma luta tão séria, que demorou anos e anos para se concretizar, e se concretizou às custas de muito trabalho, de muito sangue, de muito suor, de muitas lágrimas, de dezenas de militantes históricos (alguns até não se encontram mais vivos) e, de repente, um gay ou outro qualquer, faz uso disso pra mera promoção pessoal, pra mero prazer egocêntrico ou egodistônico que satisfaça sua necessidade excêntrica de aparecer, de ser visto, de ser comentado, de ser notado, de entrar para a história a qualquer preço, com qualquer título. Isso é mesquinhez que contrapõe aos princípios basilares das nossas causas, das nossas lutas, enquanto Movimento LGBT do Brasil.
Pronto. Desabafei!
Ah!... Antes que alguma beesha tente rebater-me sem argumentos concretos, justificáveis, apenas na ânsia de atacar-me, esclareço que minha indignação contra o fato explicitado neste post, nada tem a ver com um despeito pessoal, nem com inveja pessoal de quem "se casou"... nada nesse sentido! Sou solteiro por opção pessoal.
Beijos a todos/as.
Procurei redigir este post da forma mais sensata e coerente possível, tentando manifestar minha real indignação, pois, entendo não ser justo e ser um profundo desrespeito com as décadas de luta do Movimento LGBT Brasileiro, usar nossas minguadas e árduas conquistas para fazer show circense por mera satisfação pessoal.
Não posso concordar - e não concordo - com isso.
Esta é minha opinião. Você que acaba de lê-la, também não é obrigado/a a concordar com ela.
Beijos a todos/as.
TERRY MARCOS DOURADO
ABGLT - GO
Bel. Terry Marcos DouradoFundador e Presidente da ACDHRioJornalista, Radialista e Bacharel em Direito Secretário de Comunicação da Aliança LGBT do Estado de Goiás (ALGBT-GO)
Membro do Idaho-Brasil - Comitê Brasileiro do Dia Mundial de Luta Contra a Homofobia e a Lesbofobia
Primeiro Suplente da ABGLT no GT LGBT do Ministério do Trabalho e do Emprego (MTE)
Coordenador Regional de Comunicação e Relações Públicas da organização latino-americana REDLACVO+
(Red Latinoamericana y del Caribe de Acción Voluntaria en VIH/Sida) - Buenos Aires, ArgentinaFone: (64) 9997 3415 (VIVO)
Associação por Cidadania e Direitos Humanos LGBT de Rio Verde/GO e Região
Organização fundada em 13/03/2010 e registrada no CRTDPJ sob o nº. 680/11.
Área de Abrangência da Base Regional de Rio Verde: 40 cidades de GO e divisa com MT
Afiliada à ILGA - International Lesbian, Gay, Bisexual and Transgender Association
Bruxelas - Bélgica
Afiliada à RedLacVo+ - Red Latinoamericana de Acciónes Voluntarias en VIH/SIDA y Derechos Humanos
Buenos Aires - Argentina
Afiliada à ALGBT-GO: Aliança LGBT do Estado de Goiás
Em processo de afiliação à ABGLT - Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais
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