5 DE JUNHO: A AIDS ESTÁ COMPLETANDO 30 ANOS NO MUNDO
No dia 5 de junho de 1981, o Centro de Controle de Doenças de Atlanta, nos Estados Unidos, descobriu em cinco jovens homossexuais, estranha pneumonia que até então só afetava pessoas com o sistema imunológico muito debilitado. Em 1983,os cientistas conseguiram isolar o retrovírus responsável pela doença, o HIV, um vírus completamente diferente de todos os conhecidos até aquele momento . A doença transformou o mundo.
Por um lado, a doença no início foi cruel com relação ao preconceito e discriminação,enquadrando as pessoas que tinham a doença,em determinados grupos chamados de “grupos de risco”.As pessoas que resolveram encarar a doença, como os ativistas e profissionais de saúde também sofreram com preconceito e enfrentaram atitudes de discriminação.
Por outro lado, a doença trouxe coisas boas: provocou grandes debates sobre o comportamento sexual das pessoas; mostrou, por exemplo, como era frágil o controle do sangue nos países,inclusive no Brasil;despertou na sociedade,a necessidade de sermos mais solidários,surgindo as organizações da sociedade civil cobrando dos gestores e da própria sociedade,o respeito às pessoas que viviam com HIV/Aids e melhores serviços de saúde,com disponibilização de medicamentos gratuitos e insumos de prevenção.
A comunidade científica se dedicou ao estudo do ciclo da doença, desenvolvendo testes capazes de indicar a infecção pelo vírus antes dos primeiros sintomas clínicos, bem como formas de tratamento e prevenção.
Os diversos estudos permitiram avaliar a evolução da doença no organismo, possibilitando o tratamento com os medicamentos antirretrovirais e a prevenção das infecções oportunistas , melhorando a qualidade de vida das pessoas que viviam com HIV. O acesso universal e gratuito aos medicamentos antirretrovirais foi uma grande vitória do Brasil.
Trinta anos depois,a epidemia de Aids ainda apresenta vários desafios.O preconceito ainda existe e os políticos no Congresso Nacional ainda não aprovaram a Lei que criminaliza a discriminação às pessoas soropositivas.Gestores estaduais e municipais nem sempre dão prioridade às questões relacionadas à Aids.Houve uma diminuição do ativismo que era tão bonito no início da epidemia e a sociedade tem participado muito pouco das ações de solidariedade.Entrevistas comportamentais mostram que uma boa parte da população está “relaxando” na prevenção.Pessoas que vivem com HIV/Aids em situação de pobreza, em várias regiões do país,às vezes param o tratamento porque não possuem o dinheiro para se deslocar aos serviços de saúde ou porque não possuem alimentação. Na área de saúde, à nível Nacional, ainda observamos o diagnóstico tardio,comprometendo a qualidade de vida das pessoas,bem como a dificuldade de leitos hospitalares e de acesso a alguns especialistas e a alguns procedimentos cirúrgicos.
Gestores, Profissionais de Saúde e da Educação, Empresários, Religiosos, Sociedade Civil, Políticos e Cidadãos comuns devem aproveitar este momento, em que a epidemia de Aids está completando 30 anos, e refletirem sobre o que cada um fez e fará para melhorar a qualidade de vida das pessoas soropositivas e contribuir para a redução da vulnerabilidade das pessoas ao HIV.
A LUTA PRECISA CONTINUAR !
Almir Santana,Médico Sanitarista,Gerente do Programa de DST/Aids de Sergipe
Atenciosamente
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