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1,5 MILHÃO
Recorde de público na Parada
Publicado em 27 de junho de 2011Entre homossexuais e heterossexuais, o clima era de solidariedade e apoio à causa gay, de liberdade e de igualdade de direitos. As pessoas criticavam a violência, pediam o fim da homofobia e a aprovação do projeto de lei que está em tramitação no Senado
O público superou a expectativa da organização e superou o do ano passado. Em 2010, 800 mil, estiveram presentes. Neste ano, a quantidade segundo a Polícia Militar, foi de 1,5 milhão
FOTOS: BRUNO GOMES
A multidão de 1,5 milhão de pessoas na Avenida Beira-Mar ontem durante a 12ª Parada Gay de Fortaleza fez o evento bater recorde de público. A estimativa é da Polícia Militar. "Foi a maior deste últimos anos. Isto mostra a força do nosso movimento", diz o presidente do Grupo de Resistência Asa Branca (Grab), Francisco Pedrosa.
Veja imagens da Parada
A Beira-Mar virou palco para a alegria e muita festa. Com o direito à união homoafetiva garantida, há um mês, não faltaram casais em lua-de mel, satisfeitos com as vitórias alcançadas. O casal Flávio de Oliveira e Carlos Gomes desfilou livremente de mãos dadas. Já pensam até em oficializar a relação.
Entretanto, nem tudo era motivo para comemoração. Há 10 anos em discussão, o projeto de lei em tramitação no Senado que criminaliza a homofobia esteve na pauta de reivindicações, assim como os pedidos pelo fim da violência. Em 2010, mais de 260 homossexuais foram assassinados no Brasil. No Ceará, a média é de pelo menos uma morte a cada mês.
Para Francisco Pedrosa, a parada gay vem ganhando força a cada ano, ajudando muitos a assumirem suas escolhas sexuais, sem culpa e medo. "Defendemos a liberdade e queremos que todos tenham o direito de agirem e pensarem como quiserem", afirma. Segundo o Grab, 10% da população do Ceará é composta por lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT). Em Fortaleza, são mais de 70 mil homossexuais, entre 15 e 29 anos.
Entre as políticas públicas propostas para o enfrentamento à violência está a criação do Centro de Referência LGBT Janaína Dutra. Nos cinco primeiros meses de funcionamento já foram 75 atendimentos, principalmente de reclamações por injúrias e agressões.
Para o coordenador de Diversidade Sexual de Fortaleza, Orlaneudo Lima, o momento é de união entre homossexuais e heterossexuais. "Há mais de 20 anos que o movimento LGBT briga pela mesma coisa, por respeito e direitos iguais", ressalta.
No trajeto era possível ver outros tipos de manifestações em apoio à causa. Grupos de maracatu, afoxé e membros da umbanda se reuniram exigindo o fim de todo tipo de intolerância, da religiosa à racial. Benzendo com água santa todos que passavam, Maria de Iemanjá, na companhia de outras rezadeiras, abençoava os transeuntes.
Fortalezenses e turistas se encantaram com o desfile de pessoas travestidas com roupas, plumas e paetês esvoaçantes.
Houve os que aplaudiram, se admiraram e os que tiraram sarro, no verdadeiro estilo moleque cearense. Tinha fantasia de todo tipo, de bailarina, junina, de bombeiro, mulher-gato, entre outras. Alguns, mesmo sem tanto glamour, queriam apenas exaltar a alegria de pular um carnaval fora de época.
Com os olhos bem pintados, salto alto, finíssimo e boca bem delineada com batom, a drag queen Taira Sanches exibia beleza por onde passava. Não tinha quem não quisesse parar, tocar e tirar fotografias.
O professor George Rangel, 32, caprichou na indumentária. Com penas de pássaro coloridas na cabeça festejou, ao lado do companheiro, quatro anos de união e amor. "Não havia cenário, momento mais lindo para lembrar o quanto somos felizes e não queremos mudar nossas opções sexuais", ressaltou.
Segurança
Apesar dos 200 policias militares espalhados pela Avenida Beira-Mar, vários furtos assustaram os presentes na Parada Gay 2011. Mesmo com os incidentes, o tenente-coronel Batista dos Santos diz que o evento foi calmo. "Apenas 10 pessoas foram apreendidas", frisa.
IVNA GIRÃO
REPÓRTER
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