Agressividade e Gentileza no trato da Política LGBT
Que bom que as pessoas leem e percebem que às vezes gastamos mais energias com nós mesmos, LGBT, de que com nossos adversários.
Eu pessoalmente não respondo agressividade com agressividade. Sou mais o lema "gentileza gera gentileza". Dá muito mais resultados a longo prazo.
Tenho muita admiração por várias pessoas militantes e muitas vezes entendo esta agressividade como forma de extravasar sua homofobia internalizada, ou não.
Vejo sempre que faltam mais cartas abertas e mais protestos contra nossos adversários e menos emails agressivos contra nós, os(as) próprios(as) LGBT.
As agressões a mim dirigidas simplesmente leio e quando acho necessário respondo. Levo sempre a máxima da minha ex-terapeuta. "O que os outros falam de mim é problema dos outros, o que eu faço com o que eles falam mim é problema meu".
É ótimo ouvir críticas bem fundamentadas , mas quando são ataques pessoais de raiva, inveja ou ressentimentos não posso fazer nada. A vida continua e o sol continua brilhando para todos.
Tenho uma forma de fazer política sempre de conciliação, diálogo e negociação. Não trato as pessoas como ruins e boas. Todos nós temos momentos altos e baixos. Vejo as pessoas que trabalham e as pessoas que falam muito e fazem pouco. Ouço sempre as pessoas que fazem. Meu marido fala sempre "Actions speak louder than words" (ações falam mais alto que palavras)
Tenho minha consciência de trabalhar sempre e respeitar todos e todas, inclusive nosso adversários. Parece às vezes sangue de barata mas não é. É uma forma de não ficar agressivo também.
Já debati com todos nossos adversários e nunca usei de palavras de baixo calão ou que desmotivem alguém. Porque creio que isto não leva a nada. Violência gera violência. Agressividade leva a agressividade. Temos que discutir no mundo das ideias.
Talvez seja meu jeito cristão de ser. Sou feliz assim. Sou brasileiro e sou gay e não desisto nunca.
Adoro trabalhar e construir com as pessoas que pensam diferente. Tenho muita dificuldade com pessoas mal educadas e pessoas agressivas. Neste sentido escuto sempre a mensagem 'Desiderata' antes de responder pessoas que tenham estas características
E tomo um belo chá e continuo trabalhando, não perdendo humor nunca. "Hay de endurecerse pero nunca perder la ternura jamás"
Quando sou agredido politicamente ou pessoalmente , leio, reflito e respondo quando necessário. Não alimento bate-bocas inúteis. Minhas energias estão para as conquistas da cidadania plena LGBT. Ultimamente tenho lido muito e escrito sobre a Escola sem Homofobia, tema da minha tese de doutorado, que em breve defenderei. Temos que investir naquilo que nos dá prazer.
Fico feliz quando vejo que estamos muito melhor que estávamos em 1984, quando participei das primeiras reuniões sobre gênero e discriminação no Grupo Atobá e no movimento estudantil, na UNE e UPE, sempre era convidado para administrar conflitos.
Sempre que participo de grupo ou reunião procuro buscar consenso ou ver uma caminho para conseguirmos mais igualdade de direitos e políticas públicas.
Nas listas sempre recebo emails das pessoas falando que sentem medo de opinar porque há muita agressividade entre nós. E não querem se "queimar". Com o tempo nos acostumamos e sabemos nos defender bem. É uma bela vacina para enfrentar o mundo da homofobia lá fora .
Vamos juntos e juntas para aprovação da lei Alexandre Ivo.
Toni Reis
Aproveito a fala de Toni Reis, para explicar um caso ocorrido em uma
das listas que freqüento,
aconteceu que eu ao ler um diálogo entre dois membros compreendi que
o comentário se reportava a mim. E exatamente como dito respondi na
pressa de forma que soou ríspida.
Meu intuito era dizer que no meu ponto de vista os comentários ou
postagens devem fazer nexo de ligação com a finalidade do e group,
comentários particulares devem ser feito através
de emails pessoais.
Aproveito também para relatar que não quis ofender ninguém e que não
é do meu feitio nem muito menos faz parte da minha formação moral e
educacional agredir ninguém.
Relato ainda que sou HIV+ em tratamento há +10 anos e que ainda tomo
remédios para controlar meu sistema nervoso, que me trato no posto Do
Irajá, e que não falto consultas, pois sei do meu potencial de
controle.
Obrigado Toni reis por esse seu relato e aproveito para me desculpar
com todos.
Na expectativa de ser entendido e desculpado, aguardo comentários.
Nilo geronimo Borgna
Ativismocontraaidstb.blogspot.com
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