Possível safra recorde deve reduzir preço para o produtor, diz ministro
da Agência Brasil, em Brasília
O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, disse nesta terça-feira que a possível safra recorde pode reduzir o preço final pago aos produtores. "O fato de termos 1 milhão de toneladas a mais não deveria influir, já que os estoques internacionais estão extremamente baixos, mas surge um componente de especulação no sentido de fazer com que os preços ao produtor caiam. Por isso, sempre me preocupa quando tenho que anunciar uma safra alta".
Segundo o ministro, o aumento da safra de grãos, embora signifique a oferta de mais alimentos, nem sempre é boa para todos. Devido às imperfeições de mercado, em que grandes grupos controlam áreas estratégicas de comercialização, o preço pago ao produtor pode cair sem, necessariamente, trazer redução no valor pago pelo consumidor final.
Stephanes disse que a tendência para este ano, apesar dos estoques internacionais dos principais alimentos estarem muito baixos -- a maioria com autonomia de apenas três meses -- é de queda nos preços pagos pelo consumidor, mas a renda do setor agrícola, item delicado da política de governo brasileiro, deve ser observada.
"Temos que ter preocupação com o preço para o consumidor e também a renda do produtor. Neste momento, como a oferta está grande, como a produção está muito boa, a tendência é de que os preços caiam além do nível que deveriam cair, ou seja, influindo negativamente na renda do produtor".
Para o futuro, no entanto, Stephanes disse acreditar que os preços pagos aos produtores rurais voltem a reagir para recompor os estoques de alimentos dos países. "Talvez não neste momento, mas eles devem ser puxados para cima num futuro próximo".
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