Estarei lendo e trazendo para reflexão esta denúncia na Mesa sobre Aids que participarei no XXVIII Congresso do CONASEMS como parte do que temos vivenciado cotidianamente no RJ.
Por outro os usuários tem que aderir o hábito de registrar o ocorrido (Ouvidoria, BO, MP etc.).
Segue abaixo informe sobre nova denúncia recebida na ABIA. A irmã da paciente está disposta a dar entrevistas sobre o caso e estamos tentando cavar uma matéria nos jornais do Rio. Aproveitando, estou conversando com o Fransérgio sobre aquela oficina de ass. de imprensa que falei na última reunião do fórum. Provavelmente será no dia 7 de agosto, mas ainda confirmarei isso depois. Abs, Claudio
Paciente HIV+ passa por três hospitais e não consegue atendimento
Hospital do Andaraí, UPA da Tijuca e Souza Aguiar não tinham médicos.
No último domingo (3 de julho), a paciente xxx foi levada por sua irmã ao Hospital do Andaraí, com dores lancinantes, devido a complicações graves na sua saúde. Segundo relato, a paciente foi levada duas vezes a esse hospital, mas em ambas as visitas, não conseguiu ser atendida devido a falta de médicos no local. Na seqüência, foi levada até a Unidade de Pronto Atendimento da Tijuca (UPA-Tijuca). Mais uma vez, não havia tratamento disponível e a paciente foi orientada a voltar ao mesmo hospital onde já tinha tentado por duas vezes ser atendida.
A paciente então foi levada por sua irmã a um novo hospital, dessa vez o Souza Aguiar. Novamente, não seria atendida. A justificativa: não há médicos! Após pressão, o hospital pôs a paciente no setor de emergência para receber primeiros socorros e fazer exames. Os exames constataram uma grave insuficiência renal, que demandava internação e cuidados imediatos. Ainda no domingo, passou por uma seção de hemodiálise e depois foi transferida para sala vermelha da enfermaria. No dia seguinte, foi levada ao setor de nefrologia. Quando liberada para receber visitas, novos absurdos aconteceram. A paciente, que sofre com insuficiência renal aguda, foi encontrada suja de fezes deitada em uma cama, apenas sobre o colchão. Os parentes reclamaram e a médica nefrolog ista disse que a paciente teria de descer novamente para uma enfermaria da emergência para se fortalecer, antes de ingressar na enfermaria de nefrologia. Assim foi feito. Ela desceu para uma enfermaria da emergência.
O marido da paciente, no mesmo dia, saiu e comprou um novo edredom, camisola e fraldas, porém, quando retornou no dia seguinte, encontrou a paciente novamente em péssimas condições e, perplexo, viu que tudo que havia sido comprado tinha sido roubado dentro do próprio hospital.
O que vemos acontecer no Sistema Único de Saúde do Rio de Janeiro não pode mais ser considerado simplesmente como descaso ou irresponsabilidade. O caos instalado é uma afronta para com a população e mostra como a demagogia e incompetência do governo estadual estão definitivamente arruinando a saúde pública no Estado do Rio de Janeiro e, paradoxalmente, adoecendo ainda mais a população. Quem consegue manter a saúde equilibrada pagando por serviços que são prestados em condições subumanas?
Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS (ABIA)
Av. Presidente Vargas, 446/13º andar - Centro
Rio de Janeiro/RJ
Cep. 20071-907
Tel. 21 - 22231040
Endereço eletrônico: www.abiaids.org.
3 comentários:
Companheiros e companheiras:
relembro proposta trazida em uma das reuniões do FORUM DE ONG AIDS DO RJ em que criaríamos um formulário digital/impresso, para preenchimento formal de cada demanda de saúde não atendida por nossos militantes na operacionalidade de seu trabalho social, pois com fatos concretos, comprovados e vivenciados não tem como ter qualquer desculpa do governo.
Nada como a prova documental e vivencial (neste documento/formulário constariam os fatos ocorridos, hospital ou centro de saúde que fora atendido ou não, quem atendeu - nome do(s) profissional(ais) de saúde envolvidos, data e horário do fato, pequeno relato do que acontecera). Com estes dados formaríamos um dossiê do próprio FORUM e com ele poderíamos não só apresentar nossas razões, mas comprová-las (sem dúvidas e questionamentos, pois com fatos concretos não se tem argumento) junto a memorandos, ofícios, etc.. (sempre com prazo para que eles respondam, apontando o prazo para o devido direito de resposta. Sempre é bom assinalar o prazo nestes documentos, pois comprova que demos oportunidade de resposta - se tivéssemos dinheiro até poderíamos fazer a notificação destes casos via cartório - notificação extra-judicial, deixando-os em mora caso não respondessem o documento no tempo apontado pelo instrumento oficial encaminhado). Daqui em diante somente mesmo a via judicial e o controle social na rua, como já ocorrera no passado, com SUCESSO. Contra o coletivo unido e focado não tem argumento... precisa mesmo é de SOLUÇÃO.
Que tal criarmos este formulário e divulgá-lo neste espaço para que todos possam fazer esta denúncia? Que tal trabalharmos esta cultura em nossos militantes?
Mesmo com BO, MP, Delegacia da Saúde, etc... (são sempre muito mais burocráticos e demandam ir ao lugar com esperas intermináveis, o que faz com que muitos desistam de fazer sua reclamação e/ou denúncia).
Bom fica apenas a sugestão e a lembrança desta reunião um dia ocorrida no FORUM.
Com carinho e respeito a todos e todas,
Regina Bueno.
Clique em mim!
Hoje estive no Hospital Estadual Albert Schweitzer o hospital esta caindo aos pedaços da ate medo,isto é um verdadeiro absurdo,em quanto se liberam bilhões para estadios de futebol etc..a população se não morre por não ser atendida nos hospitais,morre por infecção hospitalar,falta de estrutura no atendimento etc...
Claudio e demais companheiros,
Por mais duras e dolorosas que sejam essas situações, a verdade é que, sob a omissão e a maquiagem midiática dos nossos gestores e governantes (seja em que nível de governo for), essa é uma rotina qiase que diária.
Hoje no final da tarde, por ocasião da reunião da Comissão Estadual de Aids e Tuberculose, recebemos a notícia de que o Hospital Estadual Albert Schweitzer acaba de comunicar à Gerência Estadual de Aids, por ocasião de uma visita técnica, a desativação da enfermaria de DST/Aids, o que significa um golpe a mais na já tão combalida assistência em nosso Estado.
Por sugestão dos presentes ficou deliberado a convocação do GT de Assistência para, em reunião emergencial, elaborar um documento com o atual cenário e propostas objetivas para tentar reverter, pelo menos em parte, essa situação, documento esse que será anexado às propostas a serem apresentadas à Frente Parlamentar de Aids e Tuberculose e Ministério Público Estadual, na Audiência Pública a ser realizada dia 05/08 na ALERJ e para a qual necessitamos mostrar nossa capacidade de mobilização.
Roberto Pereira
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