ONU: Europa tem 140 mil escravas sexuais
O GLOBO
01/07/2010
Segundo relatório, mulheres brasileiras estão entre as principais vítimas e já são 40% nessa situação em Portugal
BRASÍLIA. Um relatório divulgado ontem pelo Escritório das Nações Unidas para Drogas e Crime (UNODC) coloca o Brasil como um dos protagonistas de um flagelo mundial: é cada vez maior o número de mulheres e transexuais brasileiros enviados sobretudo a países da Europa Ocidental para servirem de escravos sexuais.
Os principais destinos são países como Itália, França, Alemanha, Áustria, Suíça, Holanda e Bélgica. Em Portugal, as vítimas brasileiras já são 40%, segundo o governo local.
Na Espanha, o crescimento é espantoso: juntamente com as paraguaias, elas eram 15% do total em 2000, percentual que saltou para 35% em 2006
Vítimas brasileiras vêm de regiões mais pobres No Brasil, as mulheres são cooptadas principalmente em comunidades pobres de Amazonas, Pará, Roraima e Amapá. Não raro, viajam com visto de turista, passando primeiro por territórios de administração europeia no Caribe e na América do Sul, o que reduz o risco de interceptação.
Normalmente, os recrutadores são asiáticos e europeus. No tráfico para Espanha e Por tugal, atuam diferentes grupos, especialmente os russos.
Nas contas das Nações Unidas, há 140 mil pessoas obrigadas a trabalhar no mercado do sexo na Europa Ocidental.
O cálculo é feito levando em conta o número de vítimas identificadas em 2006 (7,3 mil). A estimativa é de que, para cada caso confirmado de exploração, outros 20 escapem às autoridades.
Nas contas da ONU, anualmente as mulheres e transexuais recrutados fazem cerca de 50 milhões de programas, cujo custo médio é de G 50, um mercado que movimenta G 2,5 bilhões (cerca de R$ 5,47 bilhões). O relatório diz que 70 mil pessoas são "exportadas" para a região por ano. A estimativa é de que haja uma renovação a cada dois anos.
Os Bálcãs são hoje a principal região de origem das vítimas (32%), seguidos das ex-repúblicas soviéticas (19%).
Relatório prevê piora nos próximos anos Nos últimos anos, vem crescendo o percentual de sul-americanas, que já representam 13%. Em alguns países, há uma tendência de substituição de colombianas por brasileiras e paraguaias. As africanas são 5%, ao passo que as provenientes da Ásia Oriental, 3%.
A tendência é de piora do quadro de exploração, conforme revelam as estatísticas mais recentes. "O número de vítimas detectadas pelas autoridades na Europa aumentou 20% entre 2005 e 2006", explica o documento.
Cortesia: Clipping Bem Fam (01/07/010)
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