Família processará o Estado e o município
JORNAL DE SANTA CATARINA
12/03/2010
Maria Gonçalves foi diagnosticada SOROPOSITIVA em abril de 2003. Por dois anos, fez uso de medicação controlada. Até julho de 2009 fazia exames semestrais de quantificação de carga viral do HIV. Níveis acima de 10 mil viral copies por mililitro de sangue são considerados alto e requerem tratamento imediato. No caso de Maria, nenhum dos 12 exames que fez em sete anos acusou a presença de carga viral. E nesse período ela só usou medicação controlada nas duas gravidez, para evitar o contágio do feto.
Mesmo assim, continuou sendo tratada. Em julho passado, o tratamento de Maria passou a ser acompanhado pelo infectologista da prefeitura de Brusque Ricardo Freitas. Ao ter acesso ao prontuário da paciente, Freitas notou que os exames não detectaram carga viral.
- Além disso, ela não fazia uso do coquetel de remédios e o marido não era SOROPOSITIVO. Fizemos dois exames de sangue e veio o resultado final. Ela nunca teve o vírus HIV - afirmou Freitas.
O coloproctologista Paulo Enrique Zecca Coppini acompanhou o tratamento de Maria por cerca de cinco anos. Maria o acusa de negligência.
- Baseado nisso, vamos processar o Estado e o município por negligência no tratamento - apontou Luis Gustavo de Santana, advogado da família.
Contrapontos
- Constam dos nossos registros o envio de apenas uma amostra de sangue em nome de Maria Gonçalves. De acordo com o Ministério da Saúde, são necessários dois exames com duas amostras diferentes colhidas em épocas diferentes. Mas a Secretaria de Saúde de Brusque não enviou uma segunda amostra e tomou o primeiro exame como definitivo. Este exame de 2003 apresenta quatro resultados. Três mostram que a paciente é SOROPOSITIVA e o quarto diz que não. Só por isto, a contaminação da paciente deveria ter sido posta em dúvida.
- O município a atendeu, houve acompanhamento médico e ela foi tratada. Contudo, a culpa é do Lacen, que errou o resultado.
- Estão querendo me apontar como culpado e por isso não vou mais dar entrevista.
Por meio de assessoria de imprensa, o Cremesc disse que só falará sobre o assunto se a paciente registrar queixa junto ao órgão, em Florianópolis.
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