Participantes de evento no Rio de Janeiro criticam a não realização do plano de feminização da aids e a falta de direitos sexuais e reprodutivos das mulheres no Estado

05/06/2010 - 19h

A Coordenadora Estadual de DST/Aids do Rio de Janeiro, Denise Pires (foto), disse hoje que o Estado não consegue por em prática o plano contra a feminização da epidemia. “Temos um esboço, mas há uma defasagem muito grande em colocá-lo em prática.”

Segundo ela, para construí-lo é preciso, primeiro, que o Estado fortaleça ações regionalizadas. Por isso a importância de criar parcerias dentro do Ministério da Saúde, das Secretarias e do movimento social. “Precisamos discutir questões transversais, pensando na construção de um Plano que atinja os direitos das mulheres em sua adversidade, inclusive no tocante aos direitos sexuais e reprodutivos” , disse.

Denise participa do I Seminário de Mulheres Posithivas do Estado fluminense. Durante o evento que termina neste domingo, não faltaram também críticas ao desrespeito dos profissionais de saúde com as mulheres vivendo com HIV e aids no que se refere aos direitos que elas têm para com seus corpos.

“Os direitos reprodutivos são essenciais para que toda mulher exerça seu direito pleno à saúde”, afirmou a pesquisadora da ABIA (Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids) e mediadora da oficina temática – Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos, Sonia Corrêa.

Daria Dal Zuffo, uma das fundadoras do Movimento Cidadãs Posithivas, ressaltou que a sociedade civil organizada pode contribuir para a solução dos problemas gerados pela falta de informação sobre o assunto. “É preciso que cada mulher seja uma replicadora de informações, para que possamos combater essa violação da cidadania”, disse.

A participante Fernanda, do Movimento da Diversidade Sexual (MDS) - Filial Campos, também destacou a necessidade de disseminar informações sobre os direitos sexuais das mulheres. “Muitas vezes nos preocupamos em formular leis, mas antes é preciso conscientizar a população sobre assuntos refentes aos direitos das mulheres que vivem com HIV, inclusive para os profissionais de saúde. Ainda existem médicos que não estão preparamos para lidar com o tema”, disse.

Com o apoio do Governo do Estado, CEDAPS, Grupo Pela Vidda/RJ e RNP+RJ, o I Seminário de Mulheres Posithivas do Estado do Rio de Janeiro está sendo realizado no Hotel Scorial, no Largo do Machado.

No último dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, a Agência de Notícias da Aids publicou reportagem informando que o Governo não consegue cumprir metade das metas do plano nacional contra as DST e aids entre as mulheres. Leia aqui

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Daniela Savaget, do Rio de Janeiro

Ag. notícias da Aids