Antirretrovirais devem ser usados para prevenir o HIV em situações acidentais e não regularmente, defendem especialistas
18/06/2010
O médico Érico Arruda, do hospital público do Ceará São José, contou que tem recebido com frequência ligações de amigos interessados em saber sobre a “pílula do dia seguinte” contra o HIV. “É um grande problema, porque preciso explicar que existe, mas que a sua utilidade é muito complexa”, comentou.
Arruda participou na tarde dessa quinta-feira, em Brasília, de um debate sobre o uso de antirretrovirais contra a transmissão do vírus da aids.
Estudos feitos no Brasil e em outros países indicam que há uma redução da chance de infecção do HIV, quando alguns medicamentos que compõem o coquetel antiaids são tomados até 72 horas depois de uma relação sexual desprotegida com um infectado ou quando há contato com sangue contaminado.
Porém, segundo ressaltou Arruda, o ideal é fazer uso dessa terapia pós-exposição até duas horas depois do ocorrido.
Acesso
A “pílula do dia seguinte contra o HIV” já é oferecida há anos por vários hospitais públicos do País, mas principalmente para profissionais de saúde que sofreram algum acidente de trabalho e para vítimas de abuso sexual.
No entanto, ao contrário da pílula contra a gravidez, que geralmente são dois comprimidos, os remédios que têm por objetivo evitar a infecção do HIV podem ser necessários por várias semanas. Com isso, aumentam os efeitos colaterais e em caso de falha na adesão, as chances de prevenção são minimizadas e pode se criar um vírus mais resistente.
Arruda, que tem acompanhado estudos sobre o tema, disse ser contra o uso constante da profilaxia pós-exposição. “Temos que usar para casos de acidente mesmo. Para aqueles que se expõem e se re-expõem ao vírus não há custo benefício”, comentou.
Camisinha em primeiro lugar
O assessor técnico do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde Ronaldo Hallal também participou do debate sobre o uso de antirretrovirais contra o HIV.
Segundo ele, as evidências sobre esse meio de prevenção ainda são frágeis para serem adotadas como uma estratégia de saúde pública. “Temos que usar a profilaxia pós-exposição em casos específicos e não em grande escala, e nunca esquecer de lembrar que a camisinha e o diagnostico precoce do HIV ainda são os principais meios de prevenção da aids”, disse.
Cortesia: Clipping Bem Fam (18/06/010)
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