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23/06/2010
23/06/2010 - Fórum de ONG/Aids de Brasília prepara carta de reconhecimento à militância de Antonio Lisboa, mas documento vai informar que ativista expôs apenas opinião pessoal
Representando as pessoas vivendo com HIV durante final de Congresso em Brasília, Antonio Lisboa pediu desculpa à maneira como ocorreu manifestação no evento e causou revolta de alguns ativistas
23/06/2010 - 14h
A polêmica envolvendo o ativismo na luta contra a AIDS continua. Depois de uma reunião na noite dessa terça-feira, o Fórum das Organizações da Sociedade Civil que trabalham contra o HIV e AIDS no Distrito Federal decidiu elaborar uma carta de reconhecimento à militância de Antonio Lisboa. O Fórum vai destacar que o ativista deu uma opinião pessoal no encerramento dos congressos em Brasilia, mas não se posicionará contra, nem a favor da maneira como ocorreu a manifestação.
Representando as pessoas vivendo com HIV durante final de Congresso em Brasília, Antonio Lisboa pediu desculpa à maneira como ocorreu manifestação no evento e causou revolta de alguns ativistas
23/06/2010 - 14h
Na semana passada, durante a abertura do VIII Congresso Brasileiro de Prevenção das DST e AIDS e I Congresso Brasileiro de Prevenção das Hepatites Virais, vários ativistas aproveitaram a presença do Ministro da Saúde, José Gomes Temporão, e protestaram contra o recente abastecimento de medicamentos ANTIRRETROVIRAIS.
Com cornetas, apitos e faixas, os militantes deixaram a sala onde acorria a cerimônia sem ouvir a resposta do Ministro em relação ao problema. Eles alegaram que já sabiam da resposta e que o ato teria mais peso se parte da plateia se ausentasse durante o discurso do chefe da pasta da saúde.
Essa atitude dos ativistas foi lamentada por Temporão e criticada pela Diretora do Departamento de AIDS do Governo, Mariângela Simão, e pelo representante das pessoas vivendo com HIV e AIDS na mesa de abertura e encerramento do evento, Antonio Lisboa, integrante do Grupo Arco-Íris e do Fórum de ONG/AIDS do Distrito Federal. Antonio pediu ainda desculpas pelo ocorrido.
Por sua vez, o grupo que deixou a cerimônia disse que agiu sobre a liberdade da democracia (leia mais aqui) e criticou Antonio Lisboa por, representando as pessoas vivendo com HIV e AIDS no final do evento, ter pedido desculpas pela maneira como ocorreu o ato.
Hoje, Antonio disse novamente à Agência de Notícias da AIDS que se sentiu incomodado pelos seus colegas não terem ouvido o Ministro e por terem ficado fazendo barulho, do lado de fora da sala, enquanto Temporão falava. "Minha vida de ativismo sempre foi pautada pelo respeito e pelo diálogo, o que não ocorreu plenamente naquela manifestação", disse.
O integrante do Grupo Arco-Íris afirmou que procurou pensar em todas as pessoas vivendo com HIV e AIDS durante sua fala no final dos congressos. "Eu chamei primeiro à atenção para a descentralização das políticas de saúde, que vem trazendo muitos problemas para as pessoas que vivem com HIV, inclusive no tratamento da AIDS, mas não podia deixar de dar minha opinião, como cidadão que sou, da maneira como ocorreu a manifestação. Aquilo foi muito feio", comentou.
Antonio afirma que foi indicado pelo Fórum de ONG/AIDS de Brasília para participar da mesa de abertura e encerramento do evento, mas pede para que seja informado que não sofreu nenhuma influência do Fórum ou do Governo na composição do seu polêmico discurso no final dos congressos.
Presente na reunião de ontem desse Fórum, a integrante do Movimento Nacional das Cidadãs Posithivas Regina Cohen disse que o grupo de ONG/AIDS do Distrito Federal prepara uma carta de apoio a Lisboa.
Mas segundo Regina, a decisão de sair ou não da sala durante o discurso do ministro era uma posição pessoal de cada ativista. "Eu fui favorável à saída, mas não ao barulho e à algazarra que aconteceram lá foram enquanto o Ministro falava", comentou.
Em tratamento com ANTIRRETROVIRAIS há 12 anos, Regina é uma das mais de 3500 pessoas que sofreram com a falta do antirretroviral abacavir nos primeiros meses deste ano. "A combinação (do coquetel antiaids) com o abacavir foi uma das que trouxe melhor resultado para mim, mas fiquei quatro meses sem esse remédio. Agora estou novamente voltando a tomar o abacavir", disse.
O medicamento faltou no país devido a um problema na documentação de importação do produto. Outros importantes remédios contra a AIDS, como o tenofovir, o biovir e a lamivudina também foram distribuídos em menor quantidade por conta de atrasos dos fabricantes.
Regina informou que o Fórum de ONG/AIDS de Brasília divulgará nos próximos dias uma nota de reconhecimento do trabalho de Antonio na luta contra a epidemia, mas segundo ela, o documento irá ressaltar que a opinião do ativista foi pessoal e não reflete a posição de todos os membros do Fórum.
Redação da Agência de Notícias da AIDS
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