Ainda temos dificuldades em lidar com a sexualidade feminina”, destacou a ativista Maria Teresinha V. Duarte
05/06/2010 - 12h20
A partir de um resgate histórico da epidemia no Brasil, a Assessora Técnica da Unidade de Articulação com a Sociedade Civil e Direitos Humanos, Bárbara Graner, lembrou que, por muitos anos, excluímos as mulheres da vulnerabilidade frente ao HIV, relacionando a doença apenas aos homossexuais, usuários de drogas e profissionais do sexo. “Essa defasagem de atenção trouxe um preço muito alto para o País. Hoje temos uma equidade entre homens e mulheres no que se refere à infecção pelo HIV e, com certeza, não é essa equidade entre sexos que queremos”, afirmou.
Cida, que perdeu a visão um ano após o conhecimento do diagnóstico soropositivo, destacou a importância de se pensar sobre Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) junto às pessoas deficientes. “Estou brigando há cinco anos com o Departamento de Aids (do Ministério da Saúde) no sentido de trazer a relação deficiência e Aids. Quantas de nós não era deficiente e se tornou em decorrência da doença?”, perguntou.
Aplaudida pelas participantes, ela terminou a apresentação afirmando que o preconceito persiste e que para combatê-lo é preciso doar-se. “Quando eu achei que tinha muito a pedir, eu descobri que tenho muito a dar. A partir do momento que eu parei de ter pena de mim, as coisas melhoraram”, afirmou.
Organizado com apoio do Governo do Rio de Janeiro, através da Superintendência de Direitos Individuais, Coletivos e Difusos da Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos / SEAS-DH, CEDAPS, Grupo Pela Vidda/RJ e RNP+RJ, o I Seminário de Mulheres Posithivas do Estado fluminense começou sexta-feira e termina domingo, 6 de junho, no Hotel Scorial, no Largo do Machado.
Daniela Savaget, do Rio de Janeiro
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