9.6.2010
|10h02m
Deu na Folha de S. Paulo
PIBão, Lulão e Dilma
Fernando Rodrigues:
O cenário da sucessão presidencial deste ano é único desde a volta do país à democracia, em 1985. Há um trinômio nunca visto: economia superaquecida, presidente muito popular e candidata favorita neófita nas urnas.
O Produto Interno Bruto anunciado ontem indica um crescimento da economia da ordem de 9% ao ano. Esse PIBão é inédito em anos de sucessão presidencial.
Em 1989, a economia cresceu 3,2%, mas uma inflação anual de mais de 1.600% impediu o então presidente José Sarney de ter influência na disputa.
Em 1994, o percentual foi excepcional para padrões brasileiros: 5,9%. Nas urnas, Fernando Henrique Cardoso venceu no primeiro turno. Em 1998, o país estagnou. Em 2002, os 2,7% produzidos por FHC empurraram Lula para o Planalto.
Em 2006, o petista ganhou mais quatro anos com um PIB de 3,6%.
O segundo indicador inaudito deste ano está na popularidade de Lula. No Datafolha, ele tem uma aprovação recorde de 76%. Fernando Henrique nunca chegou perto desse percentual.
O tucano se reelegeu em 1998 com uma aprovação de 43%. Fernando Collor (no Planalto de 1990 a 1992) e José Sarney (1985 a 1990) sempre estiveram em situação muito pior.
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