Existem dois tipos de eleitores que votarão em Dilma:
1) o eleitor petista, que sempre votou e sempre votará no PT, mesmo que o candidato seja uma hiena;
2) o eleitor desinformado, que no geral é pessoa bem intencionada, mas que caiu como um pato na fábula petista, seja porque teve suas referências manipuladas pela máfia da estrelinha vermelha, ou porque passou a "acompanhar" a política brasileira recentemente, e desconhece ou não se recorda de importantes fatos anteriores ao governo Lula.
Vamos esclarecer algumas ideias equivocadas que foram incutidas no eleitor patão:
1. Ditadura militar x ditadura dos companheiros
Alguns patos admiram Dilma porque "ela lutou contra a ditadura". Eu chego a sentir vergonha alheia quando ouço isso, ainda mais quando a pessoa tem certo grau de instrução e poderia, se quisesse pensar, formar opinião diversa.
O eleitor pato acredita levianamente que Dilma lutou pela democracia. Ledo engano. Dilma lutava para substituir ditaduras: o regime militar pelo comunismo. Como é que as pessoas não enxergam isso?
Lembram-se daqueles pugilistas cubanos (Erislandy Lara e Guillermo Rigondeaux) que tentaram se refugiar no Brasil, e foram covardemente mandados de volta para Fidel Castro? Se Dilma e seu grupo tivessem obtido êxito, hoje poderia ser qualquer um de nós tentando fugir da ditadura que ela queria impor no lugar daquela que existia.
2. Lula colhendo os frutos que não queria plantar
Mas a principal razão apresentada pelo eleitor pato para votar em Dilma é a de que o atual governo investiu como nenhum outro na área social (é o efeito "nunca antes na história deste país"). Estamos diante da hipótese de desconhecimento ou do esquecimento do que acontecia antes de Lula assumir a presidência. Então aqui vai uma ajudinha:
a) o governo FHC criou um programa chamado “Comunidade Solidária”, que tinha como objetivo principal tirar as pessoas da fome e da miséria. Quando Lula assumiu, trocou o nome desse programa para “Fome Zero”, e fez o patão acreditar que ele foi o primeiro presidente a se preocupar com a questão social.
b) o governo FHC implementou em todo o país um programa que já existia em Brasília, o Bolsa-Escola. José Serra, quando ministro da saúde do governo FHC, criou o Bolsa-Alimentação. Lula, quando era oposição, foi
contra esses programas, dizia que tinham mera finalidade eleitoreira (não acredita? então olha:
http://www.youtube.com/watch?v=s1MlRxu7uro&feature=player_embedded). Mas, quando assumiu a presidência, juntou as duas bolsas e chamou de Bolsa-Família. E fez o eleitor patão acreditar que ele foi o primeiro presidente a se preocupar com a questão social.
c) FHC conteve a inflação através da criação do Plano Real - e o PT foi contra. O eleitor patão não faz ideia ou nem lembra de como era viver com inflação que chegou a 80% ao mês, por isso também não faz a menor ideia da importância das ações de FHC para a constituição do atual cenário econômico e social. Por conta da estabilidade financeira que ele iniciou, os pobres puderam se alimentar melhor (não se lembram dos jornais noticiando na época, de forma inédita, que o pobre estava comendo frango???), e puderam progredir de classe social.
Mas os petistas conseguiram fazer o eleitor desavisado acreditar que tudo isso que se vê hoje, todos esses números positivos, são frutos do governo Lula, quando, na verdade, não são. O mérito do governo Lula nessa história foi o de não ter feito o que, desde 1989, dizia que faria quando assumisse o governo, e de ter dado continuidade ao projeto do governo FHC. Não foi à toa que o Risco Brasil disparou na eleição de 2002, o mercado estava apavorado com as promessas levianas que fizeram Lula vencer a eleição, mas se recuperou quando viu que Lula não mudaria as coisas. E tem mané patão argumentando que FHC deixou o governo com o Risco Brasil altíssimo (como se fosse por causa dele), e que Lula foi quem estabilizou as coisas... Nem sabem o que falam. Os eleitores da Dilma me divertem.
Tanto é verdade o que estou dizendo, que os petistas mais tradicionais criticaram duramente a manutenção da economia deixada em ordem pelo governo anterior, e diziam que o primeiro ano do governo Lula era o nono ano do governo FHC. Por conta disso, há quem diga que estamos no décimo sexto ano do governo FHC. Mas o eleitor caiu como um pato, e hoje acha que Lula é o salvador da pátria, sem fazer a menor ideia de que Lula e o PT foram radicalmente contra todas essas medidas quando propostas.
"Ah, mas as privatizações..."
Outro clássico do discurso petista, que faz o eleitor patão sair repetindo que o governo anterior privatizou empresas, sem ter a menor noção dos benefícios que isso trouxe para o Brasil. O uso disseminado do celular hoje, por exemplo, não é consequência isolada do crédito, como Dilma afirma em debates e entrevistas (crédito este que decorre de uma reestruturação econômica providenciada por FHC - e que o PT foi
contra), mas, principalmente, porque com a privatização da telefonia, a concorrência entre as empresas fez com que o preço do serviço se tornasse acessível,
bem diferente de como era antes (mas o patão não sabe ou nem se lembra disso). Empresas desestatizadas podem investir muito mais na modernização de suas atividades, não perdem dinheiro para a corrupção, contam com funcionários eficientes (se não forem, são demitidos, ao contrário do que se vê no setor público). Por consequência, prestam um serviço de qualidade infinitamente superior, e ao mesmo tempo oferecem valores mais acessíveis ao usuário. Mas o pessoal do PT sabe disso, quem não sabe é o eleitor patão. E por que, mesmo assim, o PT é contra as privatizações? Porque eles
precisam das estatais. Apropriam-se delas como ratos, nomeando companheiros para administrar - e saquear - o cofre. Só por isso. É tão óbvio, mas ainda tem gente que se recusa a enxergar - e o PT agradece.
“Ah, mas a Petrobras..."
Embora a privatização, como vimos, seja necessária em alguns setores (como foi no da telefonia), sua adequação em determinadas áreas ainda é discutível. É, por exemplo, o caso da Petrobras. Por isso, ao contrário do que vemos nas propagandas da Dilma,
FHC nunca quis privatizá-la (prova:
http://tinyurl.com/33nuxa4 e
http://tinyurl.com/32es7b8). É apenas mais uma manobra do PT para arrancar o voto do eleitor desinformado, alarmando-o também com a mentira de que Serra, se eleito, privatizará o pré-sal. É que o termo "privatizar" tem impacto sobre o eleitorado mais simples (pois desconhece ou não compreende os efeitos positivos da medida), daí porque é usado à exaustão pela campanha da candidata. De outro lado, o que os petistas não dizem, é que a Petrobras só é o que é hoje, por conta da abertura de capital realizada pelo governo FHC - e o PT foi
contra. Mas a máfia da estrelinha vermelha conseguiu fazer os brasileiros desavisados acreditarem que foi mérito da administração deles. Ora, pensem: se foi ruim a quebra do monopólio, por que Lula não desfez? Eu respondo: porque Lula leva o crédito pela modernização da Petrobras, que na verdade foi promovida por FHC, e que se dependesse do PT,
não teria acontecido. Quack.
Um dos acertos "por conta própria", digamos assim, do governo Lula, pode ter sido ProUni (apesar da oferta de bolsas em faculdades de péssima qualidade, mas vá lá). E daí temos o típico critério de escolha do eleitor mais simples, que é um benefício direto, palpável, como uma bolsa do ProUni. Ontem, ouvi de um pato essa pérola: "Apesar de toda a roubalheira, voto na Dilma porque minha mãe está fazendo faculdade com bolsa do ProUni". Vocês conseguem enxergar o absurdo dessa afirmação? Ou só eu enxergo?
Já o eleitor mais diferenciado faz análise do todo, reúne o que há de certo e errado em uma balança, e consegue identificar o que é fruto deste governo, e o que é fruto de ações do governo anterior e mantidas pelo atual (apesar de ter esperneado contra estas mesmas ações, mas que agora "sossega o facho", não porque "adquiriu maturidade", como Dilma tenta justificar a oposição irresponsável do PT, mas justamente para se beneficiar dos bons resultados).
E, sobretudo, o eleitor esperto consegue identificar a gravidade da corrupção no atual governo.
3. V de Vergonha
Posso até aceitar que o eleitor pato não consiga enxergar o verdadeiro propósito de Dilma em sua luta contra a ditadura (nunca pela democracia). Posso também fazer uma forcinha e conviver com a total incapacidade do patão de perceber o papel fundamental que o governo anterior exerceu para a economia chegar a esse estágio; incapacidade de ver a maladragem do Lula beneficiando-se com as medidas a que ele e seu partido se opuseram; e incapacidade de concluir que "a economia ir bem" não é, nessa eleição, critério para definir voto. "Melhor não mexer em time que está ganhando" disse-me um eleitor pato, sem se tocar que está ganhando porque foi treinado pelo outro time.
Mas o que não dá pra aceitar de jeito nenhum é o eleitor que fecha os olhos para a corrupção.
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