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FOLHA DE S. PAULO - SP | COTIDIANO LGBT 07/06/2010 Menos cor no arco-íris Em ano eleitoral, Parada Gay evitou colorido para defender projeto que torna homofobia crime; nenhum pré-candidato à Presidência apareceu RICARDO WESTIN e MÁRCIO PINHO DE SÃO PAULO Neste ano, a Parada Gay de São Paulo foi menos colorida que o habitual. Encontrar as tradicionais bandeiras do arco-íris não foi tarefa fácil. As espalhafatosas drag queens estavam lá, porém em número escasso. Pessoas fantasiadas -cueca de couro, peruca Tina Turner ou roupa apertada de oncinha- também eram vistas apenas aqui e acolá. Não que a 14ª edição da Parada Gay tenha sido esvaziada ou desanimada. Pelos cálculos dos organizadores, 3,5 milhões de pessoas encheram a avenida Paulista e a rua da Consolação dançando atrás de trios elétricos -400 mil a mais que no ano passado. A Polícia Militar não fez contagem. Neste ano, a organização decidiu que os trios seriam monocromáticos. E pediu a gays, lésbicas, bissexuais, travestis, transexuais, simpatizantes e curiosos que comparecessem sem cor. Observada do alto, a marcha do orgulho gay poderia ser confundida com micareta ou festa de Ano Novo. "Não deveríamos esconder a bandeira. É a nossa marca", reclamava a drag queen Samara Rios, 28, luxuosamente vestida como a Rainha Vermelha de "Alice no País das Maravilhas". A razão da falta de cor foi política. A parada quer que os pré-candidatos à Presidência da República se comprometam com um projeto de lei, em tramitação no Congresso, que transforma a homofobia em crime, da mesma maneira que o racismo. "Gente, vamos votar num candidato que apoie nossa luta", discursou um militante num dos trios elétricos. Nenhum dos principais pré-candidatos apareceu. Quem foi à festa creditou a falta de plumas e paetês ao excesso de "simpatizantes". "Cheguei na menina, e ela disse que gosta de homem", queixava-se a atendente de bar Marisol Dionísio, 22. |
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