SAIU NA IMPRENSA
17/JAN./2015
Comunidade no Facebook incentiva estupro e abuso sexual em transporte coletivo
iG São Paulo
Responsável pela divulgação das mensagens, fotos e vídeos pode responder por crimes que chegam a estupro; caso será investigado pelo Ministério Público do Estado de São Paulo
Um usuário do Facebook criou páginas na rede social que dão dicas sobre como abusar de mulheres no transporte público e incentiva o estupro, o ódio entre gêneros e a violência contra o sexo feminino. Ele se identifica como Magno Mendes, de Goiânia (GO), e é responsável pelo desenvolvimento e manutenção de ao menos duas comunidades voltadas para os abusos em ônibus e vagões de metrô – "Encochadores" (sic) e "A Arte de Encochar"
À sombra de Saturno
Carta Capital
"A solidão é a sorte de todos os espíritos excepcionais" Schopenhauer
A depressão lidera, na lista da OMS, entre os males da civilização - os que incapacitam para a vida social
A Organização Mundial da Saúde (OMS) listou as dez principais causas de incapacitação, no mundo. Em ordem decrescente do número de anos de atividade perdidos por causa das limitações físicas e mentais impostas por uma enfermidade, são elas:
1. Depressão: 76,4 milhões de anos perdidos ou 10,5% do total de anos perdidos pelo somatório de todas as enfermidades.
2. Dores nas costas e na coluna: 53,9 milhões de anos perdidos; 7,3% do total.
3. Anemia por deficiência de ferro: 43,6 milhões de anos perdidos; 5,9% do total.
4. Doenças pulmonares crônicas: 30,7 milhões de anos perdidos; 4,2% do total.
5. Transtornos causados pelo álcool: 27,9 milhões de anos perdidos; 3,8% do total.
6. Transtornos de ansiedade: 27,6 milhões de anos perdidos: 3,7% do total.
7. Diabetes: 22,5 milhões de anos perdidos; 3,0% do total.
8. Perda de audição: 22 milhões de anos perdidos; 3,0% do total
9. Traumatismos por quedas: 20,4 milhões de anos perdidos; 2,8% do total.
10. Enxaqueca: 18,5 milhões de anos perdidos; 2,5% do total.
Principal causa do número de anos de vida perdidos por morte ou pelo convívio com a enfermidade, a depressão acomete cerca de 350 milhões de pessoas no mundo, número que certamente subestima o total de casos.
O fato de persistir por vários anos, a alta prevalência e a distribuição ubíqua pelos cinco continentes explicam os 76,4 milhões de anos perdidos por incapacidade física (YLD).
Quando consideramos as mortes por depressão somadas aos anos perdidos por incapacidade (Dalys), a doença fica em nono lugar, atrás das enfermidades cardiovasculares, acidentes vasculares cerebrais, Aids, violência urbana e outras.
Ao contrário dessas, no entanto, quadros depressivos padecem de falta de diagnóstico, preconceito social, estigma, tratamentos ineficazes ou inadequados e serviços de saúde mental precários.
Segundo a OMS, praticamente a metade da população da Terra vive em países com um a dois psiquiatras para cada 100 mil habitantes.
O Afeganistão foi o país que relatou a prevalência mais elevada da doença: 22,5% do total de anos perdidos. As guerras constituem fatores de risco reconhecidos, da mesma forma que a violência doméstica e os abusos sexuais na infância. O país tem 0,16 psiquiatras para cada 100 mil habitantes.
Na China, a prevalência é de 3,02%, número baixo provavelmente explicado pela forma como a doença é diagnosticada no país. Pessoas deprimidas frequentemente se queixam de cefaleia, alterações do sono e dores no corpo, sintomas que fogem dos critérios geralmente usados para diagnóstico, que se restringem à tristeza, falta de motivação e fadiga.
Na Suíça, a prevalência é de 6,16%. O país tem 41,42 psiquiatras para cada 100 mil habitantes e oferece assistência médica universal.
Os estudos mostram que, mesmo num cenário favorável como esse, os tratamentos mais eficazes conseguem reduzir apenas de 10% a 30% dos níveis de incapacidade.
Nocaute na hepatite C
Isto É
Primeiro de uma série de três medicamentos de última geração para tratar a doença é aprovado no País, aumentando as chances de cura
Estima-se que pelo menos 1,7 milhão de brasileiros convivam com um dos três tipos do vírus HCV, causador da hepatite C. A maioria não sabe até apresentar sintomas da doença, que evolui silenciosamente até destruir o fígado e é a principal causa de transplantes do órgão. Na semana passada, a aprovação do antiviral daclatasvir pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aumentou as chances de cura de boa parte dessas pessoas. Trata-se do primeiro de uma série de três remédios orais de última geração para o tratamento da infecção a ser aprovado no País. Os outros dois -- o sofosbuvir e o simeprevir -- tramitam em regime de prioridade na agência desde o ano passado. Sua aprovação também estava prevista para o último trimestre de 2014, mas agora é esperada para junho ou julho. "Até lá, certamente haverá um aumento das ações judiciais para obter esses medicamentos", diz a advogada Rosana Chiavassa, especialista em direitos na área da saúde, de São Paulo.
A introdução do daclatasvir muda a face do tratamento. "Seu uso em associação com outros antivirais é a terapia mais avançada disponível contra a doença e já vem sendo adotada em países como a Inglaterra e os Estados Unidos", diz o médico Guilherme Felga, especialista em doenças do fígado do setor de transplantes do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. Estudos indicam que o remédio é mais eficiente para os tipos 1 e 3 do vírus HCV. Transplantados e pacientes graves estão entre os principais beneficiados. "Suas chances de cura sobem de menos de 30% para 60%", diz Felga.
Para o infectologista Ésper Kallás, da Universidade de São Paulo, o remédio irá melhorar a adesão ao tratamento. "Cerca de 80% dos pacientes tratados com interferon sofrem com os efeitos colaterais e até 15% precisam interromper a terapia. Os novos antivirais têm menos efeitos colaterais e reduzem o tempo de tratamento", diz o médico. Os esquemas terapêuticos disponíveis no SUS com interferon peguilado duram até 48 meses. Em associação com outros remédios, o daclastavir reduz o tempo de tratamento para 12 a 24 semanas, conforme as características do paciente e do vírus.
A expectativa dos médicos e pacientes é de que a substância seja incorporada logo ao SUS. Antes, porém, precisa obter o aval da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec). No mundo, há mais de 30 medicamentos em fase adiantada de estudo contra a doença. Um deles, uma cápsula que concentra três antivirais, foi aprovado para uso nos Estados Unidos na semana passada.
Anvisa proíbe venda de clareador dental sem prescrição
VEJA.com
Produto poderá ser comercializado somente em farmácias e com a apresentação de receita odontológica
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a venda de clareadores dentais sem a prescrição. A medida, que atende a um pedido do Conselho Regional de Odontologia do Estado de São Paulo (Crosp), foi aprovada na última quarta-feira (14/01).
O controle sobre os clareadores era exigido pela entidade porque, segundo os especialistas, esse tipo de produto contém teor abrasivo, o qual pode danificar o esmalte dos dentes, causar inflamações na boca e provocar dores em pessoas com maior sensibilidade.
A pátria que deseduca (Ruth de Aquino)
Época
A quem interessa um povo que não sabe raciocinar, não sabe ler, não sabe escrever, não sabe argumentar? A ninguém, apenas a ditadores. Por isso, até em benefício próprio, para marcar seu nome na História, a presidente Dilma Rousseff escolheu um slogan apropriado para seu segundo mandato: "Brasil, pátria educadora". Ela ainda não sabia que o resultado do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) de 2014 mostraria o fracasso de seu primeiro mandato na Educação, quando teve três ministros na Pasta. Mais de meio milhão de jovens tirou nota zero na redação - cuja nota máxima era 1.000.
A palavra para definir a nota zero da redação, nessa escala, é "catástrofe". De 2013 para 2014, o número de zeros na dissertação do Enem quase quintuplicou. Não relativizem o resultado. Uns dizem que o tema "ética na publicidade infantil" era difícil. Outros, que os corretores foram rigorosos demais.
Ainda há os que não acham importante uma dissertação no Enem. O ministro da Educação, Cid Gomes, minimiza a queda nas notas de português e matemática: "O que é importante é a média. Na média, menos 1% está na margem de erro". A média é um recurso medíocre para justificar o injustificável. Quando viu o resultado pior dos alunos de escolas estaduais, Cid Gomes admitiu: "Não dá para fugir, camuflar ou tentar dizer que o ensino público é bom. O ensino público brasileiro está muito aquém do desejável".
O vexame não surpreende a quem vive da palavra escrita e oral. A língua portuguesa é achincalhada por nossos presidentes, ministros, governadores, senadores, deputados, executivos, empresários e, claro, pela população em geral. Ortografia, concordância e regência verbal erradas, vocabulário pobre e ausência de um pensamento coerente. Não é preciso ir à Europa para encontrar povos que se expressam direito em sua língua materna. Basta ir à Argentina. Com toda a crise de nossos hermanos e a decadência de suas universidades, ali está um povo articulado, que sabe ler e escrever, e tem um raciocínio com começo, meio e fim. Não há analfabetos funcionais concluindo o ensino médio.
O que aconteceu no Enem de 2014? Ao todo, 8,7 milhões de alunos da última série do ensino médio inscreveram-se no concurso. Mas só 6,2 milhões apareceram no exame. A nota máxima de cada prova é 1.000. Só 250 tiraram a nota máxima na redação e 529.374 alunos tiraram zero. Desses, 280.903 entregaram a prova em branco porque não faziam a menor ideia de nada. Dos outros zeros, 217.300 fugiram do tema (talvez inspirados em nossos políticos, que fazem o mesmo nos debates), 13 mil copiaram o texto motivador, 7.800 escreveram menos de sete linhas, 3.300 incluíram textos desconectados, 955 ofenderam os direitos humanos. A média em matemática também ficou abaixo da metade, 476,6 pontos. No meu tempo, abaixo de 5 significava reprovação. Mas "reprovação" virou tabu na pátria do PT, desde Lula, que nunca achou grande coisa saber português ou gostar de ler.
Em artigo para o jornal O Globo , a filósofa Tânia Zagury diz: "Só de ouvir falar em reforma na educação, eu me arrepio". Após mais de 40 anos de trabalho na área, ela afirma que cada programa reativa o que foi banido, joga no lixo as cartilhas, abandona boas idéias, mas mantém algo sempre: a queda da qualidade no ensino. A última "revolução" foi a "progressão continuada", o que, traduzindo em bom português, significa aprovação automática. Para "camuflar" a repetência no l fl ano e evitar evasão escolar. A repetência aumentou no 6" ano, quando acabava a aprovação automática. O que foi feito para resolver "o probrema"? Os professores são pressionados a não reprovar. "Teria sido lindo aprovar todo mundo se não tivesse sido à custa do saber", diz Tânia. Todos se formam, ficam felizes, o governo de Dilma ainda mais porque exibe estatísticas infladas. E não se aprofunda nenhum conhecimento.
Esse não é um destino inescapável. Slogans e discursos não bastam para educar crianças e jovens. Menos roubo e desvios na verba para escolas, uma gestão responsável e focada no ensino fundamental, base de tudo, a valorização do professor em salário e autoridade e maior participação da família. A receita é conhecida. O Brasil só não a adotará se houver a intenção oficial de tirar proveito de um povo sem instrução. Escolas não são fábricas. Dói imaginar que o objetivo seja formar cidadãos que não pensem, não leiam, não escrevam, não critiquem. Uma triste linha de montagem destinada a ser manipulada.
O resultado da falta de educação é, além do subemprego, essa multidão de menores carentes que depredam ônibus, assaltam e matam, rindo, sem dar valor ao patrimônio e à vida. Por enquanto, o Brasil é uma pátria que deseduca.
Ruth de Aquino é colunista de ÉPOCA
--- A LÍNGUA PORTUGUESA É ACHINCALHADA POR PRESIDENTES, GOVERNADORES EA POPULAÇÃO EM GERAL
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