Colegas, companheiros,... irmãos/ãs de luta! ... irmãos/ãs da ABGLT!
Estamos à mercê de um momento crítico. A luz amarela está acesa, nos pedindo atenção e chamando nossa atenção para o - mais do que nunca, necessário – estado de alerta!
O professor doutor Luiz Mott alertou a todos os brasileiros, através do seu GGB (Grupo Gay da Bahia) que, em 2010, a população LGBT do Brasil viveu um dos piores anos de sua história. Afinal, “NUNCA, ANTES, NA HISTÓRIA DESTE PAÍS se matou tantas pessoas pelo simples ódio e repúdio às suas orientações sexuais e/ou identidades de gênero. Nunca tanto sangue de gente inocente, vítima da ignorância alheia e do psicótico fundamentalismo religioso, havia sido derramado.
Enquanto toda esta onda de terror acontecia, tornando incerto nosso futuro, a nossa existência no amanhã, assistimos, estupefatos, o crescimento do poderio de “fogo” dos nossos arqui-inimigos, dos nossos rivais, principalmente os “gladiadores” do fundamentalismo religioso (leia-se aqui, a gente que se rotula “evangélicos” e/ou “servos do Senhor”, pior, “os donos da Verdade”!... aff!)
Nossos opositores, nossos rivais, nossos inimigos (e até nossos assassinos) nos provaram estar anos-luz mais organizados que nós. Provaram estar mais estrategicamente fortalecidos. Provaram dominar melhor as estratégias de “advocacy”. E em matéria de “sedução”, nos deixaram no chinelo, ou no chão. Deram-nos uma verdadeira aula de sedução, ao nos demonstrar como é que se seduz e se amarra com “nós-cegos” o poder político brasileiro, desde um Legislativo Municipal até... a Presidência da República!!!...
E como resultado deste nosso imperdoável vacilo, deste nosso imperdoável “cochilo”, deste nosso imperdoável “marasmo”, dessa nossa imperdoável falta de OUSADIA e ATREVIMENTO, desse nosso imperdoável excesso de “comodismo” (...) enfim, como resultado de tudo isso, ficamos chupando os dedos (bem que outra coisa seria melhor, né? – aff!) à espera de que “os nossos sonhos se tornassem realidade”. Mas não tornaram-se, e esperamos em vão.
O ano de 2010 passou, terminou. E, dentre outras questões, não conseguimos a aprovação da união civil (“casamento”) entre pessoas do mesmo sexo – nuestros hermanos argentinos, sí, que lograron con gran astucia y habilidad! Y la comunidad LGBT en Argentina es feliz, que se celebró en el triunfo total! Míran que bueno! – E nõs, brasileiros? Hã? Para nós, nada! Para nós, só a mistura de desejos frustrados com promessas políticas vãs onde muitos políticos passaram melzinho nas nossas bocas e a coisa ficou por isso mesmo.
Em 2010 – a exemplo dos anos anteriores – a comunidade LGBT do Brasil (exceções à parte) acreditou em políticos (municipais, estaduais e nacionais) com a ingenuidade – ou burrice??? (por favor, não estou xingando ninguem, tá gente!) – de um/a virgem que vai transar a primeira vez e acredita que o tarado vai por “só a cabecinha”... aff! Resultado desse imperdoável ato falho nosso: estupraram nossa confiança! Subestimaram e desvalorizaram completamente nosso poder de influência e de inteligência estratégica.
Só para não contrariar a “democracia”, deixaram-nos falar, não nos impediram de manifestar – sobretudo na Esplanada dos Ministérios, durante a “poderosa” (será???) Marcha Nacional e Grito Nacional Contra a Homofobia, que realizamos em maio último. Realizaram dezenas de eventos em “nossa homenagem” ou “em nossa consideração” ou “em solidariedade à nossa causa, à nossa luta”... Bah! Quando se procura pelos resultados palpáveis, pelos resultados concretos, temos o “véu da ignorância e da cegueira” rasgado e, lamentavelmente, recebemos o violento e doloroso impacto da frustração, da decepção... e até da desesperança!
Tudo isso, é culpa de quem?
Calma!... Tem mais porrada contra nós!
Agora, estamos prestes a perdermos a única oportunidade que temos de criminalizar a homolesbotransfobia (homofobia) em território brasileiro. E esta perda vai acontecer, sim, se deixarmos o Projeto de Lei da Câmara Federal (PLC) número 122/2006 ser definitivamente arquivado pelo Senado Federal. Aliás, arquivado ele já foi. Resta-nos, em pouco mais de 60 dias, lutarmos com unhas e dentes – para que nossos parlamentares federais não sepulte, de uma vez por todas, este importante projeto que, não vai – se aprovado e vigorado – representar a nossa “salvação”, mas já será um grande agente protetor para a nossa população LGBT brasileira.
Caríssimos e carissimas companheiros e companheiras,
Vamos acordar!
Vamos agir com mais inteligência, com mais sabedoria, com mais discernimento!
Vamos “copiar” a fé, a força, o poder de organização e, principalmente, o A UNIÃO E O COMPROMETIMENTO COLETIVO dos nossos antagônicos (leia-se evangélicos, principalmente). Se eles, nossos antagônicos, inimigos e adversários, conseguem convencer, conseguem ludibriar a cúpula política deste país, NÓS TAMBÉM HAVEREMOS DE CONSEGUIR, SE VERDADEIRAMENTE QUISERMOS!
E para querer, é fácil:
Basta pararmos de focar nossas atenções, nossas críticas, nossas ações e nossas manifestações em besteiras, em polêmicas fúteis que nada nos acrescentarão e nos levarão a lugar algum.
Basta que paremos de apontar dedos uns para os outros, dentro do nosso ativismo LGBT e, principalmente, nos bastidores da ABGLT. Parem com isso! Toda esta mesquinhez, essa baixaria de ficar procurando culpados entre nós e entre diretores da ABGLT é pura perda de tempo, pura pulverização desnecessária de energias fundamentais que deveríamos estar gastando em nossas lutas pela aprovação dos nossos interesses no Congresso Nacional, ou poderíamos estar gastando para convencer a nossa Dama-de-Ferro brasileira, a presidente Dilma Rousseff, em – assim como fez com os segmentos religiosos – fazer também conosco um fechamento de compromissos com os nossos reais e emergenciais interesses, dentre eles a aprovação – IMEDIATA!!! – do PLC 122/2006, que encontra-se arquivado, desde 12 de Janeiro, pela Subsecretaria de Coordenação Legislativa do Senado Federal, sob a justificativa de “fim de legislatura”, nos termos do artigo 332 do Regimento Interno daquela Casa de Leis.
Nesse momento em que estamos ameaçados de não termos a criminalização da homolesbotransfobia (homofobia) no Brasil, NÃO INTERESSA se a culpa de toda essa sucessão de derrotas e fracassos que a comunidade LGBT brasileira vem colecionando nos últimos anos e meses, enfim, é de algum suposto vacilo, ou algum suposto “cochilo” ou de algum suposto “comodismo” ou de algum eventual conjunto de estratégias erradas supostamente cometidas pela Presidência ou mesmo pelo diretor “A”, ou “B” ou “C” da nossa ABGLT ou se o tal PROJETO ALIADAS foi um fiasco!!!...
Nãaaaaaaaao!!!
À essa altura dos acontecimentos, meus irmãos e minhas irmãs de luta, ficarmos procurando “culpados/as” é o mesmo que jogarmos fora toda a energia que ainda nos mantém vivos, esperançosos, entusiasmados em construirmos, JUNTOS, um amanhã melhor e mais feliz para todos nós!!! É também o mesmo que perder tempo precioso!... O tempo corre! O tempo urge!... O TEMPO DE CRIMINALIZAR A HOMOLESBOTRANSFOBIA (HOMOFOBIA) ESTÁ SE ESGOTANDO!!!!!!!!!!!
Vamos agir!
Vamos juntar nossas forças. TODOS e TODAS JUNTOS!!!
Vamos pressionar! Vamos botar pressão!
Vamos partir para o “tudo ou nada”, mas sem radicalismos e de força ordeira.
Sou terminantemente contra terrorismo, sou contra radicalismos e paixões político-partidárias. Sou a favor, sempre, do diálogo. Mas, momentos críticos como este em que estamos sofrendo ataques severos de todos os lados, em todos os setores (da educação à segurança pública), sou favorável a que adotemos uma POSTURA MAIS DURA, UMA POSTURA MAIS SEVERA em nossos diálogos, em nossas negociações. NÃO DÁ – À ESSA ALTURA DOS ACONTECIMENTOS – PARA DIALOGAR COM POLÍTICOS USANDO A DOÇURA DO MEL E A SENSIBILIDADE DE UMA FLOR. NÃO!... ISSO É EM VÃO!... PRECISAMOS – ENTRE ASPAS – “TOCAR O TERROR” (UI! – MAS É NO BOM SENTIDO, GENTE!).
De acordo com o Capítulo XVII “Das Proposições de Legislaturas Anteriores”, de acordo com o parágrafo primeiro, “Em qualquer das hipóteses dos incisos do caput, será automaticamente arquivada a proposição que se encontre em tramitação há duas legislaturas, salvo se requerida a continuidade de sua tramitação por 1/3 (um terço) dos Senadores, até 60 (sessenta) dias após o início da primeira sessão legislativa da legislatura seguinte ao arquivamento, e aprovado o seu desarquivamento pelo Plenário do Senado.
E o parágrafo segundo é ainda mais taxativo e, para nós, muito preocupante quando afirma com todas as letras que “se a proposição desarquivada não tiver a sua tramitação concluída, NESSA LEGISLATURA, SERÁ, AO FINAL DELA, ARQUIVADA DEFINITIVAMENTE.”
Então, pessoal!...
Entenderam, agora, o motivo pelo qual eu disse que temos que partir para o “tudo ou nada” com a representatividade política federal? Temos que deixar o mel e as flores e “falarmos grosso” e, se necessário for, até “esmurrarmos mesas” (metáfora, ta gente??? Ui!) para que possamos conseguir um mínimo de respeito e consideração dessa gente que se diz “nossos representantes” e que, em nossas costas, nos esculacham, nos humilham, simplesmente nos ignoram.
E ai? Vamos à luta de verdade? Ou vamos continuar “brincando de ativistas e militantes LGBT”? (exceções à parte, ta gente?).
TERRY MARCOS DOURADO
Bacharel em Direito
Jornalista e Radialista
Presidente da ACDHRio
(Associação por Cidadania e Direitos Humanos LGBT de Rio Verde/GO e Região)
Secretário de Comunicação da ALGBT-GO
(Aliança LGBT do Estado de Goiás)
Coordenador da ArtGay no Estado de Goiás (Interior)
Um comentário:
Nota Pessoal: Atenção ativistas e lideres do movimento, divulguem em suas listas, e se preciso for que nós acampemos em Brasilia para fazer valer nosso direito, de sermos seres humanos!
Como nos garante a Constituição Brasileira:
"Todos são iguais perante a lei"
NGB ativismocontraaidstb.blogspot.com
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