Estado de Minas - MG
Ministério alerta para avanço das hepatites B e C
De 1999 a 2009, doença aumentou mais entre pessoas com 20 a 39 anos. Para frear pelo menos a estatística do tipo B, governo federal anuncia reforço na compra de vacinas contra a enfermidade
O elevado número de casos confirmados de hepatites dos tipos B e C em todo o país, entre 1999 e 2009, preocupa o Ministério da Saúde. Um levantamento feito pelo órgão e divulgado ontem, durante a primeira comemoração do Dia Mundial do Combate a Hepatites Virais, revela que, nesse período, foram confirmados 96.044 casos da doença causados pelo vírus B. Desse total, mais de 50% atingem pessoas entre 20 e 39 anos. O estudo mostra ainda que as confirmações de HEPATITE C somam 60.908. Segundo o chefe da Unidade de Vigilância Epidemiológica do DEPARTAMENTO DE DST/AIDS e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Gerson Fernando Pereira, houve queda apenas na incidência de hepatite A, tipo da doença que atingiu 124.687 indivíduos, sendo a maioria homens.
Para frear pelo menos a estatística de HEPATITE B, o governo federal anunciou ontem o aumento na compra de vacinas contra a enfermidade. Em 2011, serão oferecidos 87 milhões de doses para a imunização, 54 milhões a mais do que neste ano. Além disso, no próximo ano, o público-alvo da imunização será ampliado para jovens entre 20 e 24 anos. As regras que valem até dezembro permitem a vacinação pelo Sistema Único de Saúde (SUS) de pessoas com até 19 anos, bem como dos grupos vulneráveis, no qual se encaixam manicures, podólogos, caminhoneiros, portadores de doenças sexualmente transmissíveis, gestantes depois do primeiro trimestre de gestação, lésbicas, bissexuais, transgêneros e aqueles que vivem em assentamentos e acampamentos.
A vacina para a HEPATITE B, composta de três doses, está disponível na rede pública de saúde desde a década de 90. Ao se imunizar contra ela, a pessoa fica protegida também contra o vírus da hepatite D, que não é tão comum quanto as dos tipos A, B e C. Para o vírus A, existe imunização. Contudo, ela não é oferecida pelo SUS. Já a HEPATITE C foi descoberta em 1989 e ainda não há vacina contra ela.
PREVENÇÃO Conforme Gerson Fernando Pereira, a HEPATITE B tem aumentado em todas as regiões brasileiras e "certamente há uma grande subnotificação". Para diminuir também a redução da transmissão vertical do vírus B, que passa de mãe para filho, o Ministério da Saúde intensificará, a partir de 2011, a oferta de triagem sorológica para as gestantes que fazem o pré-natal no SUS. Os recém-nascidos de mães portadoras da doença receberão vacina e imunoglobulinas, como medida preventiva.
O chefe da Unidade de Vigilância Epidemiológica do DEPARTAMENTO DE DST/AIDS e Hepatites Virais afirma que as hepatites são graves problemas para a saúde pública. "Elas estão entre as maiores causas de transplantes. As doenças dos tipos B e C, se não tratadas, podem se tornar crônicas e até mesmo levar à morte. Por isso, é importante que as pessoas se vacinem, usem PRESERVATIVOS e façam testes periódicos para verificar a existência de hepatites", aconselha.
De acordo com o Ministério da Saúde, a quantidade de exames oferecidos para diagnóstico das hepatites virais quase triplicou nos últimos cinco anos. Em 2009, foram feitos 9,22 milhões de testes, contra 3,59 milhões em 2004. Gerson Pereira ressalta que, a partir de agora, serão feitos monitoramentos anuais para acompanhar a situação dessas doenças no país, traçar políticas públicas de combate e estimular a prevenção por parte da sociedade.
Daniela Galvão
Tags: hepatite, prevenção, Saiu na Imprensa, vacina
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