Há alguns exageros no movimento dos homens, mas infelizmente também algumas verdades.
Para mim, por exemplo, é discriminação que a licença-maternidade seja de 4 meses no Brasil, e a licença-paternidade, de 7 dias.
Embora isso soe natural para casais heterossexuais, em que a mãe geralmente arca com os cuidados dos filhos, é preciso levar em consideração que sou militante LGBTs, e, com essa lei, os casais gays masculinos que adotam, ainda mais num contexto em que a Justiça brasileira tem possibilitado adoção conjunta e conversão em casamento, saem patentemente prejudicados.
Uma criança pode ser adotada por um casal de pais - sendo que cada um só vai ter 7 dias? A lei tb é injusta com pais solteiros e viúvos, tanto que a própria Justiça recentemente julgou procedente a concessão de "licença-maternidade" a um viúvo, por analogia.
Também os homens saem prejudicados em relação à aposentadoria: 5 anos mais tarde em relação às mulheres para uma expectativa de vida 5 anos a menos – e aqui tb não podemos embarcar na justificativa calcada na heteronormatividade, que sustenta o argumento de que a mulher costuma arcar com os filhos e ganha menos, já que, no contexto da população LGBT, a realidade é diversa.
Além de que, vale lembrar, a lei não faz diferenciação entre condições femininas - de maneira que a advogada que ganha mais e optou por não ter filhos ainda vai se aposentar 5 anos mais cedo do que o gari que ganha menos e os têm - mesmo se ele for viúvo ou pai solteiro. Uma lei que permite esse tipo de distorção, mesmo que em termos minoritários, é uma lei discriminatória.
Resumo da ópera: a licença-maternidade deveria ser convertida em licença-parentalidade, em que um dos pais, independentemente do sexo, teria direito a 4 meses, enquanto o outro a 7 dias. Abarcaria as mulheres, os pais solteiros, os pais viúvos e os casais gays masculinos, sendo mais justa.
E quanto à aposentadoria, todos conhecem minha posição: igual tempo de contribuição para eles e para elas.
BBC Brasil - Notícias - Militantes do 'masculinismo' dizem que é hora de defender direitos dos homen
Há mais chance de que homens sofram violência e percam guarda de filhos, segundo ativistas. |
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