CLIPPING
14/maio/ 2012
“Na última década temos visto que a mulher está prorrogando o momento de iniciar a vida reprodutiva. Além da entrada no mercado de trabalho e da maior escolarização, nós tivemos mudanças nas relações. As mulheres estão mais independentes e quando você tem filhos isso traz mais responsabilidades com relação ao seu lar, a sua família”- Ana Nogales (demógrafa)
Publicados critérios médicos para aborto em caso de anencefalia- O Diário Oficial da União publica na edição desta segunda-feira os critérios definidos pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) para a interrupção da gravidez no caso de fetos anencéfalos (má formação no tubo neural, no cérebro). A interrupção só deve ocorrer depois que for feito um exame ultrassonográfico detalhado e assinado por dois médicos. O texto ressalta que a cirurgia deve ocorrer em local com estrutura adequada. Cabe ao médico, segundo a resolução, informar toda a situação à gestante, que terá ainda liberdade para requisitar outro diagnóstico e buscar uma junta médica. O profissional médico deverá ainda comunicar à grávida os riscos de recorrência de novas gestações com fetos anencéfalos e orientá-la a tomar providências contraceptivas para reduzir essas ameaças.
Justiça: Tema global - A decisão do STF sobre a interrupção da gestação de fetos anencefálicos desperta interesse internacional. O advogado Luís Roberto Barroso, autor da ação vai, na semana que vem, à Universidade de Toronto, no Canadá, contar a estratégia jurídica do processo. Em novembro passado, ele debateu o tema na prestigiada Universidade de Harvard, nos EUA.
MP 557: quando o nosso corpo é moeda de troca eleitoral - Mesmo depois de reeditada pela presidenta sem o termo nascituro, a medida vigilantista continua tramitando no Congresso Nacional sob os cuidados do Ministério da Saúde, provavelmente por causa de interesses eleitorais. O que nem se comenta é que não há dinheiro para distribuir bolsas de auxílio transporte para todas as grávidas atendidas pelo SUS. E pior, que a MP 557 no fundo não ajuda em nada na redução da mortalidade materna. Não importa se queremos uma proposta de política efetiva, que definitivamente enfrente o problema do abortamento inseguro e que garanta o atendimento de qualidade em todas as etapas das nossas vidas, inclusive quando queremos ser mães. Importa mais ter visibilidade, negociar barganhas ideológicas que só comprometem as poucas conquistas que temos em relação aos direitos sexuais e reprodutivos, como a última decisão do Superior Tribunal Federal (STF) favorável a interrupção da gravidez em casos de fetos anencéfalos.
Brasileiras têm menos filhos e adiam gravidez por profissão - Da década de 60 até o início deste século, houve uma mudança significativa no perfil das mães brasileiras. A mulher está deixando a maternidade para mais tarde e optando por ter uma família bem menor do que tiveram suas mães e avós. Dados do Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a taxa de fecundidade no Brasil cai a cada ano: na década de 60 era superior a seis filhos por mulher e em 2010 chegou a 1,9 filho por mulher. Vários fatores explicam essa mudança no perfil das mães no Brasil, aponta a demógrafa e professora da Universidade de Brasília (UnB) Ana Nogales. “Os principais são o aumento da escolarização das mulheres, a urbanização e a participação feminina mais forte no mercado de trabalho”, indica a pesquisadora. A demógrafa acredita que, além dos fatores ligados à evolução do papel da mulher na sociedade, há uma influência cultural que fez mudar o padrão reprodutivo. “Na década de 80 e 90, falou-se muito em um padrão de família ideal. A mídia e as telenovelas brasileiras sempre apresentavam famílias menores e como esse modelo trazia vantagens para os filhos”, diz. “Na última década temos visto que a mulher está prorrogando o momento de iniciar a vida reprodutiva. Além da entrada no mercado de trabalho e da maior escolarização, nós tivemos mudanças nas relações. As mulheres estão mais independentes e quando você tem filhos isso traz mais responsabilidades com relação ao seu lar, a sua família”, explica Ana Nogales.
Gravidez até os 18 anos afeta um quinto das meninas no mundo - A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta para o grande número de mães adolescentes em todo o mundo, na véspera das comemorações pelo Dia das Mães. Calcula-se que uma em cada cinco meninas fica grávida até os 18 anos. Anualmente, 16 milhões de adolescentes, entre 15 e 19 anos, dão a luz um bebê. A pouca escolaridade também contribui para a gravidez precoce. “As taxas de gestação entre mulheres com menos estudo é maior em comparação à das mulheres com mais anos de educação”, diz comunicado da OMS.
Investir em educação e saúde de crianças é atacar desigualdade “na raiz”, destaca Dilma - A presidenta Dilma Rousseff disse hoje (14) que o Programa Brasil Carinhoso é uma das mais importantes ações de combate à miséria na primeira infância já lançadas no país. Segundo ela, investir em cuidados com a educação e a saúde de crianças “ataca a desigualdade na raiz do problema” e permite oportunidade iguais de crescimento. O anúncio do programa foi feito por Dilma na noite de ontem (13), em pronunciamento do Dia das Mães em cadeia nacional de TV e rádio. O objetivo do governo federal é que o Brasil Carinhoso tire da miséria absoluta todas as famílias brasileiras que tenham crianças com até 6 anos de idade. Em relação à ampliação da cobertura de programas de saúde para crianças até 6 anos, as ações incluem a distribuição de vitamina A durante as campanhas nacionais de vacinação e também de suplemento de ferro nas unidades básicas de Saúde. O governo pretende também distribuir, gratuitamente, remédios contra a asma por meio das farmácias populares.
Brasil não vai mudar estratégias anti-HIV - Para Ministério da Saúde, embora existam estudos sobre o uso de pílula para prevenção, não está claro como isso seria aplicado em saúde pública. A recomendação feita por uma comissão de especialistas para que o FDA, agência americana responsável por medicamentos, libere uma droga para prevenir a infecção pelo HIV não vai modificar, no momento, a estratégia brasileira para o combate à doença. "Embora alguns estudos mostrem que o remédio exerce um papel protetor, não está claro, ainda, como isso poderia ser aplicado em uma ação de saúde pública", afirmou o assessor do Departamento de DST Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Ronaldo Hallal. A comissão indicou a liberação do remédio Truvada para parceiros de portadores do HIV, o que permitiria relações sexuais desprotegidas. A decisão foi tomada com base em testes que demonstram que pessoas que tomam a droga correm menor risco de contaminação. A recomendação será avaliada pelo FDA nos próximos meses.
"Time" mostra mulher amamentando filho de 3 anos e gera polêmica - A revista americana"Time" desta semana mostrou na capa uma mulher que amamentava uma criança de três anos para ilustrar uma matéria sobre o apego entre mães e filhos e causou polêmica os Estados Unidos pelo conteúdo da reportagem e pela foto. A imagem publicada mostrava Hamie Lynne Grumet, 26, mãe de Los Angeles que escolheu não trabalhar para criar seus filhos. Grumet conta na revista que foi amamentada até os seis anos de idade, o que foi motivo para a realização da foto, em que aparece com o seio nu com uma criança de três anos. A mulher também afirma que, pelo ato de amamentar seus filhos até idades mais avançadas, já foi ameaçada por vizinhos que tentaram chamar o juizado de menores por considerar que o ato é uma forma de assédio sexual.
Nenhum comentário:
Postar um comentário