CLIPPING - Saúde, Sexualidade & Afins
6/Maio/2014
Na véspera da Parada, Igreja Católica lançou nota em apoio à comunidade gay
Já é notícia
A Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo publicou na quarta-feira (30), uma nota em "defesa da dignidade, da cidadania e da segurança" dos homossexuais. O texto foi publicado às vésperas da 18.ª Parada do Orgulho de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais de São Paulo.
"Não podemos nos calar diante da realidade vivenciada por esta população, que é alvo do preconceito e vítima da violação sistemática de seus direitos fundamentais, tais como a saúde, a educação, o trabalho, a moradia, a cultura, entre outros", afirma, em nota, a entidade da Igreja Católica.
A comissão diz também que LGBTs "enfrentam diariamente insuportável violência verbal e física, culminando em assassinatos, que são verdadeiros crimes de ódio".
A entidade convida "pessoas de boa vontade e, em particular todos os cristãos, a refletirem sobre essa realidade profundamente injusta das pessoas LGBT e a se empenharem ativamente na sua superação, guiados pelo supremo princípio da dignidade humana".
Ainda de acordo com a nota, o posicionamento da entidade, "fiel à sua missão de anunciar e defender os valores evangélicos e civilizatórios dos direitos humanos, fundamenta-se na Constituição Pastoral Gaudium et Spes, aprovada no Concílio Vaticano II: "As alegrias e esperanças, as tristezas e angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem, são também as alegrais e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo", diz o documento.
O diretor da Comissão Justiça e Paz da arquidiocese, Geraldo Magela Tardelli, afirmou que esta é a primeira vez que a comissão escreve "formalmente" a favor dos homossexuais. "A comissão tem uma missão, segundo D. Paulo Evaristo Ars: temos que dar voz aqueles que não tem voz. Neste momento, o que estamos percebendo é que há um crescimento de violência contra homossexuais, então a gente não pode se omitir em relação a essa violação dos direitos humanos", afirmou o diretor.
Segundo ele, a realização da Parada Gay determinou a divulgação da nota. "Nós achamos que esse era o momento correto de colocar essa nota em circulação. Nós da Igreja estamos engajados na defesa dos direitos humanos e não compactuamos com nenhuma violação, independentemente da cor e da orientação sexual das pessoas", disse Tardelli.
Gravidez na adolescência
Zero Hora
A gravidez abaixo dos 18 anos, salvo raras exceções, não é planejada, torna-se um grande problema familiar e social, como adiar ou comprometer um futuro nos estudos e no mercado de trabalho, podendo repercutir por toda a vida. Com o processo de modernização e avanço da inclusão social, o início da maternidade tende a ser postergado, quando adolescentes têm a oportunidade de permanecer na escola e poder contar com boas ofertas de emprego. Esta autonomia profissional é fundamental para que a decisão de casar e/ou ter filhos seja feita de maneira livre e consciente.
Há no mundo 580 milhões de adolescentes e 7,3 milhões dão à luz por ano nos países em desenvolvimento, incluindo o Brasil. Destas, 70 mil gestantes morrem por complicações do parto. Na região, o número de gestantes adolescentes vem se mantendo estável, com leve tendência de queda nos últimos cinco anos, de 20% para 18% em média, o que equivale à média de 50 partos/mês na Maternidade Darcy Vargas, em Joinville. O estudo de nossa região mostra que 70% destes partos são de Joinville e 30% de cidades vizinhas, com maior número de Araquari, Barra Velha e Garuva.
É considerável o impacto na saúde pública, na assistência ao pré-natal e nas condições específicas e humanizadas para o atendimento destas gestantes e suas famílias. A gravidez nesta faixa etária sempre traz repercussão social e familiar, como a violência doméstica e a deturpação da sexualidade. O melhor caminho é a prevenção.
Para rompermos este ciclo e assegurarmos que as adolescentes alcancem o seu pleno potencial, podemos: 1) Investir em políticas, programas e ações que promovam os direitos, a autonomia e o empoderamento dos adolescentes, em relação ao exercício de sua sexualidade e de sua vida reprodutiva, sem coerção ou discriminação. 2) Garantir o acesso de adolescentes à informação e linguagem corretas e ao acesso à educação integral em sexualidade. 3) Assegurar o acesso às ações e aos insumos de saúde sexual e reprodutiva, como os métodos anticoncepcionais. 4) Envolver as famílias, comunidades e serviços profissionais de saúde na resposta adequada às necessidade e demandas dos adolescentes. 5) Garantir a participação de adolescentes nos processos de decisão como condição fundamental para os avanços e realização de seus direitos.
MG será o único Estado do mundo na Conferência Mundial da Juventude
O Tempo
Terceira edição do evento internacional vai ser realizada no Sri Lanka; governo estadual vai apresentar as propostas dos jovens mineiros para os Objetivos do Milênio
Minas Gerais é o único estado subnacional brasileiro presente na 3ª Conferência Mundial da Juventude, que será realizada na capital do Sri Lanka, Colombo, a partir desta terça-feira (6) até o próximo sábado (10). Cerca de 1,5 mil participantes, metade deles jovens de mais de 200 nações, vão se reunir no país asiático para compartilhar ideias, experiências e abordagens inovadoras para contribuir com o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio propostos pela Organizações das Nações Unidas (ONU).
Integrante da comitiva brasileira, o subsecretário de Juventude do Governo de Minas, Gabriel Azevedo, vai apresentar no Sri Lanka a carta redigida por jovens mineiros, que contém propostas para os Objetivos do Milênio pós 2015. O documento foi finalizado após a realização de 235 encontros municipais em Minas e da 3ª Conferência Estadual da Juventude, realizada em novembro de 2013 na cidade de Araxá, no Alto Paranaíba. Os eventos foram marcados pela participação do público jovem e por intensos debates.
“A ONU tem a iniciativa de construir os Objetivos do Milênio, que o Governo de Minas leva muito a sério. Colocamos essas discussões no âmbito das conferências da juventude, onde discutimos metas para Minas e pensamentos no pós 2015. Tudo isso virou um grande documento final que a ONU gostou e aprovou”, enaltece Gabriel Azevedo.
A carta (clique aqui para ler o documento na íntegra) traz mais de 70 objetivos, divididos em oito eixos temáticos: Erradicar a miséria e a fome, Educação de qualidade para todos, Igualdade entre gêneros, Reduzir a mortalidade infantil, Melhorar a saúde das gestantes, Combater a aids, malária e outras doenças, Qualidade de vida e respeito ao meio ambiente, Todo mundo trabalhando junto pelo desenvolvimento.
“É importante mostrar que estamos atentos ao pós 2015 e que Minas é o estado brasileiro que mais dá atenção aos Objetivos do Milênio”, destaca o subsecretário. Em julho de 2012, o Estado se tornou, segundo a ONU, a primeira região subnacional do mundo a propor e assinar novas e mais desafiadoras metas a serem cumpridas até 2015. Em 2008, Minas Gerais já havia superado cinco dos oitos Objetivos do Milênio previstos.
“Em Minas estão sendo traçadas metas mais ousadas para os Objetivos do Milênio e os jovens foram convocados para essa tarefa. A ONU não é um governo internacional, ela não obriga governos a fazerem as coisas. Ela dá diretrizes e aquelas pessoas que estiverem mais conectadas na linguagem global vão atrás”, esclarece Gabriel Azevedo. Ao final da Conferência Mundial da Juventude, um documento único, chamado Plano de Ação Colombo, vai congregar as contribuições dos jovens de todo o mundo.
Luta contra a Aids
Entre os integrantes da comitiva nacional que vai desembarcar no Sri Lanka está o estudante mineiro de Relações Internacionais, Diego Callisto, de 26 anos. Natural de Juiz de Fora, na Zona da Mata, o universitário foi um dos dois jovens escolhidos pela ONU para representar o Brasil na conferência.
Apesar da pouca idade, Diego Callisto tem um grande histórico na luta contra a Aids, tendo participado de inúmeros eventos e ações no Brasil e exterior. “Minha militância começou na luta contra a Aids. Desde quando fui diagnosticado com HIV comecei a trabalhar com os jovens em pautas regionais e na América Latina”, conta.
Integrante do Conselho Nacional da Juventude (Conjuve), Diego Callisto não participou das conferências realizadas em Minas, mas, em âmbito nacional, defendeu a definição de uma agenda de enfrentamento da Aids e a disseminação da educação sexual e reprodutiva, especialmente no ambiente escolar e para o público LGBT. “Participei de reuniões na Venezuela e Uruguai, em 2012 e 2013, respectivamente. Antes já tinha ido à Zâmbia e Zimbábue”, explica.
No país asiático, Diego Callisto, ao lado de um estudante paulista, vai representar a juventude brasileira. O mineiro vai levar as contribuições de jovens de todo o Brasil, descritas em uma carta, para a discussão dos Objetivos do Milênio. “A carta é fruto de um mecanismo de escuta feito ao longo do tempo no Brasil, inclusive com consulta pública”, esclarece.
Carioca usa remédio por conta própria e põe saúde em risco
O Dia
Rio - O hábito pode trazer sérios riscos à saúde, mas faz parte da rotina de 91% cariocas: tomar remédio por conta própria. A taxa na cidade do Rio supera a média nacional, que é de 76,4%. Além disso, 32% dos brasileiros que se automedicam aumentam a dose do fármaco, para ‘potencializar os efeitos’, sem consultar especialistas.
Os dados, apresentados nesta segunda-feira são da Pesquisa sobre o Uso Racional de Medicamentos no Brasil, do Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação do Mercado Farmacêutico (ICTQ). No ranking das 12 capitais analisadas, o Rio de Janeiro ficou em quarto lugar. Salvador (Bahia) lidera a lista com taxa de 96,2%.
Cerca de 20% dos entrevistados usaram antibióticos no último ano sem consultar um médico antes. Já 61,4% dos que praticam o autoconsumo de medicamentos sabem das consequências do gesto. “Tomar antibiótico sem prescrição é muito sério, porque o organismo cria resistência ao remédio e ele perde o efeito”, explica Marcos Vinicius de Andrade, diretor de Pesquisa do ICTQ.
De acordo com Marcos Vinicius, aumentar a dose dos fármacos ingeridos sem consultar um especialista pode provocar intoxicação, lesões no fígado, sangramento intestinal e até morte. Ainda segundo o levantamento,72% dos brasileiros confiam na indicação de medicamentos feita pela família; 42,4% por amigos; 17,5% por colegas de trabalho ou estudo e 13,7% confiam na indicação de vizinhos (cada entrevistado podia indicar mais de uma opção).
A automedicação é a vilã? (Hélio Schwartsman)
SÃO PAULO - Pesquisa revela que 76% dos brasileiros recorrem à automedicação. Ainda mais temerário, 32% deles ajustam a dose da droga por conta própria. Ambas as práticas envolvem riscos. É preciso, porém, cuidado para não atirar a criança junto com a água do banho.
Antes de demonizar a automedicação e pintá-la como grande vilã da saúde pública, deve-se ter em mente que, dentro de certos limites, ela é um fenômeno desejável. A OMS, por exemplo, a descreve como "necessária" e com função complementar a todo sistema de saúde.
O importante aqui é não perder de vista a totalidade do espaço amostral. Se olharmos só para as intoxicações involuntárias e óbitos daí decorrentes, fica mesmo parecendo que a automedicação é um mal a eliminar. Mas é preciso considerar também que a esmagadora maioria das doenças que afetam a população é autolimitada, não requerendo mais do que o alívio dos sintomas.
Fazer com que a legião de pessoas que são diariamente acometidas por quadros virais menores e dores de cabeça benignas passe por um médico antes de ter acesso a um analgésico levaria os já saturados sistemas público e privado de atendimento ao colapso. A última coisa de que o SUS necessita é uma explosão da demanda motivada por casos triviais.
O desafio diante das autoridades é encontrar o ponto ótimo na regulação que não onere demais o sistema com consultas desnecessárias nem estimule voos muito arriscados na automedicação. Como é impossível dar conta da complexidade por meio de regras lineares, sempre haverá casos para os quais a norma se revelará ou fraca demais, facilitando a ocorrência de intoxicações evitáveis, por exemplo, ou rígida em excesso, fazendo com que pacientes que poderiam beneficiar-se de certos remédios fiquem sem acesso a eles.
A automedicação é indubitavelmente um hábito perigoso. Mas estar vivo o é ainda mais.
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